|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Diretores
de fundos
deixam cargo
da Redação
Os dois homens da linha de
frente dos fundos de investimentos do grupo Soros deixaram seus
postos ontem.
Stanley Druckenmiller, 46, que
administrou nos últimos 12 anos
o maior fundo de hedge do mundo, o Quantum Fund, se afastou
do cargo e tirou licença da organização.
Nick Roditi, 54, responsável pelo Quota Fund -outro importante fundo de investimento do
grupo Soros-, anunciou que vai
se aposentar.
Tanto o Quantum quanto o
Quota foram fortemente atingidos pelo recuo da Nasdaq, o mercado de ações da nova economia,
nas últimas semanas. O Quantum
perdeu 21,69% dos seus ativos este ano. O Quota já caiu 32%.
"Eu fracassei. Eu deveria ter saído (da Nasdaq) em fevereiro", admitiu Druckenmiller. "Eu nunca
pensei que a Nasdaq cairia 35%
em 15 dias", acrescentou. O principal índice da Nasdaq acumula
hoje queda de 25% desde que alcançou seu recorde de alta, de
5.048,62 pontos, em 10 de março.
"Esse negócio é como uma droga. Quando você está indo bem, é
difícil largar", disse o investidor.
Conhecido por adotar práticas
agressivas no mercado, Druckenmiller fez com que o seu fundo de
alto risco conseguisse taxas de retorno anuais que excediam os
30%.
Apesar das grandes apostas nos
papéis de alta tecnologia, Druckenmiller havia feito, recentemente, declarações cautelosas a
respeito do mercado da nova economia. O cenário atual do mercado de ações, segundo ele, estava
"extraordinariamente difícil".
Druckenmiller trabalha com
Soros desde 87. Nos anos 80, havia comandado o Dreyfuss Fund.
O novo Quantum será administrado por Duncan Hennes, que
havia sido contratado por Soros
no ano passado depois de uma
temporada no Bankers Trust
Corp.
Colapso da libra
A fama de George Soros como
homem de investidas de alto risco
-e ganhos na mesma proporção- aumentou em 92, com o
colapso da libra esterlina.
Na ocasião, Soros ganhou US$ 1
bilhão apostando contra a moeda
britânica, o que acabou por precipitar a queda da moeda.
Por esse motivo, Soros passou a
gozar da antipatia de alguns governantes.
Em 97, quando eclodiu a crise
asiática, o megafinancista foi publicamente responsabilizado pelo
colapso das moedas da região pelo premiê malaio, Mahathir Mohamad.
"Mahathir ficará deprimido
agora porque não poderá mais
acusar ninguém", afirmou Soros
ontem.
O megainvestidor, que quer ter
mais tempo para se dedicar a suas
atividades filantrópicas, afirmou
que o novo Quantum será feliz se
conseguir "15% de ganho" ao
ano.
Texto Anterior: Efeito Nasdaq: Os anos de aposta acabaram, diz Soros Próximo Texto: Comércio: Arapuã consegue na Justiça de SP uma sobrevida de 2 meses Índice
|