da Reportagem Local

Os juros pagos pelas NBC-Es (notas corrigidas pela variação cambial) com vencimento em quatro anos, emitidas pelo Banco Central, chegaram a 12,3% anuais em leilão realizado ontem, contra 11,7% registrados na emissão realizada na semana passada.
O BC nem sequer chegou a vender todo o lote de R$ 806 milhões em títulos, pois não concordou em pagar taxas ainda maiores exigidas por parte do mercado.
Do total ofertado foram vendidos somente R$ 665 milhões.
Mesmo com o resultado, não houve grande pressão nas cotações do mercado à vista, onde o dólar comercial fechou em R$ 1,806 para venda, com queda de 0,05%.
Segundo Luiz Antônio Abdo, da corretora Souza Barros, a cotação do dólar foi influenciada pela disputa entre "comprados" e "vendidos" em dólar futuro na BM&F, que costuma acontecer no final do mês.
De acordo com João Medeiros, da Pioneer Corretora, muitos investidores estavam comprando as notas cambiais com recursos vindos de financiamentos de curto prazo.
Com o aumento da volatilidade do mercado, essa operação se tornou mais arriscada, fazendo com que diminuísse o número de interessados nesse papel.
Na Bovespa, as atenções estavam voltadas para a nova composição do Ibovespa, que passa a vigorar no próximo pregão, na terça-feira. Ontem, o índice subiu 0,63%.
O volume de negócios foi alto, ficando em R$ 1,361 bilhão, quase o dobro da média diária deste mês. Segundo Gabriel Jafet, da Oryx Asset Management, o motivo foi o grande movimento de investidores que estavam rebalanceando suas carteiras, adaptando-as ao novo índice.
As ações da Globo Cabo movimentaram R$ 121 milhões e foram o segundo papel mais negociado do dia -perdendo apenas para o recibo das teles, que deixa de fazer parte do Ibovespa.
Entre os destaques do pregão ficaram as ações da Geração Tietê, que subiram 11,33% depois que a empresa anunciou a recompra de suas ações, e as do Bradesco, que subiram 7,75% com o anúncio de que a empresa comprou o banco Boavista.
(NEY HAYASHI DA CRUZ)