DA REPORTAGEM LOCAL

No extremo oposto da pirâmide social onde as instituições financeiras captam seus clientes de alta renda, estão cerca de 40 milhões de brasileiros que nunca cruzaram a porta de um banco.
Para eles, o mercado reserva uma cesta básica de serviços que vai do cartão de débito pré-pago comprado em banca de jornal às agências bancárias que funcionam em casas lotéricas e nos Correios. "Os bancos perceberam que há uma massa enorme de pessoas sem acesso a serviços bancários no país e, como essas instituições precisam ganhar escala para serem viáveis, estão se voltando para esse público", diz Gilberto Dib, consultor na área de automação bancária e comercial.
O Bradesco inaugurou no início deste mês 27 agências do Banco Postal em parceira com a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O banco venceu a licitação feita pela ECT e ganhou o direito de usar, com exclusividade, os 5.320 postos dos Correios em todo o país, como correspondentes bancários.
Segundo o Bradesco, mais de 1.600 municípios e cerca de 40 milhões de pessoas não têm acesso a agências bancárias. Em dois anos o banco pretende agregar 3,5 milhões de novos clientes com os postos nos Correios.
Serão oferecidos serviços básicos como abertura de contas, depósitos e saques, recebimentos de pagamentos, concessão de empréstimos e financiamentos e cobrança de títulos. Antes dele, a Caixa Econômica Federal havia trilhado caminho semelhante usando a rede de casas lotéricas. O "correspondente bancário" é um posto de serviços onde é possível receber benefícios da previdência e pagar contas.


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