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FRAUDES DO CAPITAL
Instituições de Wall Street eram acusadas de manipular ações
Bancos pagarão multa de US$ 1,4 bi
DA REDAÇÃO
Os nove maiores bancos de investimentos de Wall Street pagarão multas no valor de pelo menos US$ 1,4 bilhão, além de adotarem novos procedimentos operacionais, segundo os termos de um
acordo firmado entre os reguladores norte-americanos e as instituições.
O acordo, revelado ontem pela
SEC (Securities and Exchange
Commission, órgão federal de fiscalização do mercado financeiro),
diz respeito ao processo em que
altos funcionários dos bancos
eram acusados de conflito de interesses. Vários Estados, além do
próprio Departamento de Justiça
dos EUA, haviam aberto ações
contras as instituições, alegando
que os procedimentos desleais resultaram em prejuízos bilionários
a acionistas e investidores.
Entre outras práticas consideradas irregulares, analistas das divisões de consultoria das instituições costumavam recomendar a
compra de ações que sabiam ser
grandes fiascos. As recomendações furadas tinham o objetivo de
inflar o valor dos papéis de clientes da divisão de corretoria de investimentos dos bancos.
Os investigadores tiveram acesso a vários e-mails em que executivos desqualificavam, reservadamente, ações de empresas que haviam recomendado em seus relatórios distribuídos a clientes das
divisões de consultoria.
A maior multa, de US$ 300 milhões, será paga pelo banco Salomon Smith Barney, divisão de investimentos do Citigroup. O Citi
desembolsará ainda US$ 75 milhões, destinados à formação de
um fundo independente de auditoria e pesquisa, e outros US$ 25
milhões para serem aplicados em
um programa educacional para
investidores.
Há multas individuais para executivos também. O analista de telecomunicações Jack Grubman,
que era uma das maiores estrelas
de Wall Street e trabalhava para o
Salomon, desembolsará US$ 15
milhões e nunca mais poderá trabalhar no mercado acionário
americano. Henry Blodget, analista de internet da corretora Merrill Lynch, também foi banido de
Wall Street e desembolsará US$ 4
milhões. Ambos eram acusados
de conflito de interesses.
Os bancos concordaram em estabelecer uma rígida divisão entre
o trabalho de seus analistas e o de
seus corretores. A idéia é dificultar novos casos de manipulação
de preços de ações.
O acordo não encerra os vários
processos civis movidos por fundos de investimentos que se sentiram lesados. Os bancos deverão
pagar bilhões em indenizações.
Com agências internacionais
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