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São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Redução nos preços é a maior desde janeiro de 2002; governo não mexe na Cide, e consumidor terá combustível mais barato

Gasolina cai 6,5% na refinaria; diesel, 8,6%

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo anunciou ontem redução de 6,5% no preço da gasolina e de 8,6% no preço do óleo diesel nas refinarias da Petrobras. É a maior redução desde janeiro do ano passado, quando o mercado foi liberado e o preço da gasolina caiu 25%.
As reduções, que valem a partir de amanhã, são as primeiras da gasolina e do óleo diesel na Petrobras no governo Lula. No caso do diesel, a queda do preço na refinaria é a primeira desde janeiro do ano passado. A medida deve ajudar a reduzir a inflação.
O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse que não há como saber o impacto da redução para o consumidor. "A parte que cabia à Petrobras fazer ela já fez. Esperamos agora que os ajustes que têm que ser feitos pelos governo estaduais [redução de ICMS] e também em relação à margem dos revendedores reflitam [para o consumidor" o mais rápido possível", disse. Os postos estimam redução de 3% na gasolina e de 6% no diesel.
Geralmente, o impacto da redução para os consumidores no preço da gasolina fica entre 80% e 85% do percentual de redução anunciado pela Petrobras. Ou seja, em média, na bomba, o preço da gasolina poderia cair entre 5,2% e 5,5%. O impacto é menor porque a gasolina vendida nos postos é misturada ao álcool, que não teve seu preço reduzido.
Depois que as distribuidoras compram o combustível na Petrobras, no entanto, o preço está liberado e o impacto nos postos depende do nível de competição na revenda em cada lugar.
A Petrobras também reduziu em 18% o preço do óleo combustível (usado nas usinas termelétricas, por exemplo) e deverá anunciar em breve redução de aproximadamente 30% o da nafta e de 20% o da querosene de aviação.
Até duas semanas atrás, a idéia do governo era reduzir os preços dos combustíveis só na refinaria, assim que fosse possível, e aumentar o valor da Cide (tributo sobre o consumo de combustíveis). Dessa forma, o governo elevaria a arrecadação, mas não haveria benefício para o consumidor, pois o preço ficaria estável.
A idéia era formar uma espécie de "colchão" com o aumento de arrecadação e evitar no futuro o repasse para o preço nas bombas de altas do dólar ou do petróleo.
Ontem, Dilma disse que a execução dessa idéia foi adiada. Segundo ela, o governo e, "em especial", o presidente avaliaram que seria "muito justo que essa primeira adequação [de preços" se dê beneficiando mais o mercado consumidor". Segundo ela, a formação do colchão se dará "em um segundo momento".


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