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MERCADO FINANCEIRO
Fatores externos pressionam o câmbio e derrubam a Bovespa; risco-país sobe 6,7%, para 672 pontos
Dólar sobe para o maior valor em dois meses
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado brasileiro sucumbiu
a uma combinação de fatores negativos. A Bolsa de Valores de São
Paulo caiu 3,95%. O dólar subiu
para seu maior valor em dois meses. O risco-país teve a segunda
maior alta do ano (6,7%) e voltou
ao nível de outubro de 2003.
À expectativa renovada de que
os juros serão elevados em breve
nos EUA, somou-se as declarações do primeiro-ministro da
China de que adotará medidas
para frear o superaquecimento da
economia do país.
Em Nova York, alguns fatores
levaram mau humor aos investidores, como o anúncio de republicação de balanços pela Nortel e
o abandono da proposta de compra da Disney pela Comcast. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova
York encerrou com queda de
1,29%. Já a Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 2,12%.
Investidores também venderam
maciçamente títulos de países
emergentes. O movimento fez o
risco-país do Brasil fechar a 672
pontos. O risco do México subiu
9,5%, o da Rússia, 6,1% e o turco,
5,4%. O Embi+, média do risco de
19 emergentes, subiu 5%.
Os investidores começaram nas
últimas semanas a vender papéis
da dívida de emergentes para
comprar títulos dos EUA, movidos pela expectativa de que os juros subirão no país antes do esperado. Há também o temor de novos atentados terroristas.
Para completar, hoje será conhecida a primeira estimativa do
do PIB americano no 1º trimestre.
Dados que mostrem a economia
mais aquecida que o previsto podem aumentar a expectativa de
alta de juros no país em breve.
O dólar subiu 1,1%, a R$ 2,95.
Na Bovespa, apenas a ação PN da
Embratel subiu (0,55%) dentre as
54 mais negociadas. Com a queda,
a Bovespa foi aos 20.473 pontos,
sua menor pontuação no ano.
"O Fed fez uma encenação muito cautelosa para sacudir a árvore
e fazer o mercado abandonar
uma série de posições, especialmente as muito alavancadas, como os derivativos", disse Paulo
Leme, diretor de pesquisa para
mercados emergentes do banco
Goldman Sachs, em Nova York.
Para Leme, muitos investidores
estão se desfazendo de suas posições de contratos de "swaps" de
títulos de emergentes. Para cobrir
as posições, os investidores que
estão na outra ponta do contrato
precisam vender os títulos.
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