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Biocombustível deve ser aliado, diz economista
DA REDAÇÃO
Se a ONU (Organização
das Nações Unidas) se restringir simplesmente a
apoiar a "Revolução Verde"
-que preconiza maciços investimentos em tecnologia
para aumentar as safras-
contra a inflação alimentar,
vai cometer um grave engano. O ideal é que agricultura
adote sistemas que integrem
a produção de alimentos
com a de biocombustíveis.
A avaliação é do economista Ignacy Sachs, que ontem
deu palestra na USP em ciclo
sobre os impactos socioambientais dos biocombustíveis. Professor da Escola de
Altos Estudos em Ciências
Sociais de Paris, Sachs discordou do diagnóstico do
suíço Jean Ziegler, relator da
ONU para o direito à alimentação, que voltou a apelar pela "suspensão total" da produção de biocombustíveis.
Polonês que estudou no
Rio de Janeiro e morou na
Índia, Sachs cita o Brasil como exemplo do que pode ser
o começo de uma "biocivilização moderna". Neste ano o
país terá safras recordes de
grãos e também de cana.
Para Sachs, o álcool de milho nos EUA também não é o
vilão que pintam. "Os famintos da África estavam com
fome antes", afirmou. Segundo ele, as dificuldades no
continente têm mais a ver
com ajustes econômicos exigidos pelo FMI e pelo Banco
Mundial, que "arruinaram a
agricultura" de vários países,
do que com a preocupação
norte-americana em viabilizar uma alternativa ao petróleo caro.
(GITÂNIO FORTES)
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