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IMPOSTOS
Cofins sobre energia e combustíveis, a partir de julho de 99, eleva a receita do Rio e Brasília entre janeiro e abril
Cai participação de SP no bolo tributário
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
A participação paulista, em porcentagem, no bolo tributário nacional caiu no primeiro quadrimestre deste ano em relação a janeiro a abril do ano passado.
A queda, de três pontos percentuais -de 50,85% para 47,85%-
ocorreu devido ao crescimento de
outras duas unidades da federação -Rio de Janeiro e Brasília.
Segundo o superintendente da
Receita Federal em São Paulo, Flávio Del Comuni, o principal motivo para a queda da participação
paulista (a 8ª região fiscal) foi o
crescimento registrado pela 1ª
(onde está Brasília) e 7ª regiões
(onde está o Rio).
O crescimento ocorreu porque,
em julho de 99, o Supremo Tribunal Federal decidiu que as empresas de energia e combustíveis, entre outras, teriam de pagar a contribuição de 3% da Cofins.
Como a Eletrobrás está em Brasília e a Petrobrás no Rio, cresceram as receitas dessas unidades
neste ano, uma vez que de janeiro
a junho de 99 a arrecadação sobre
aqueles setores não existiu.
Segundo estimativas da Receita
Federal, a arrecadação com esses
setores e também sobre as telecomunicações deverá chegar a R$ 4
bilhões por ano.
Outro fator que contribuiu para
a queda deste ano foi o crescimento expressivo registrado em 99.
Nos primeiros quatro meses do
ano passado a receita cresceu R$
2,2 bilhões por conta da desistência de ações judiciais e o consequente pagamento, pelas empresas, de débitos em atraso. Com isso, a base de comparação (99) é
bem maior.
Esse crescimento fez com que a
participação paulista chegasse a
quase 51% nos quatro primeiros
meses de 99.
No ano, 49%
Del Comuni diz que a maior arrecadação fez com que a relação
receita/PIB passasse de 30% em
99, "embora a carga tributária seja
inferior a esse percentual".
A explicação para isso é que os
impostos provenientes da desistência de ações judiciais eram referentes a anos anteriores, mas
entraram no caixa da União somente em 99.
Apesar dessa queda no quadrimestre, o superintendente está
otimista. Para ele, a arrecadação
vai crescer a partir de agora por
causa do crescimento industrial.
Ele prevê que a participação do
Estado no bolo tributário voltará
a superar 49% até o final do ano.
Pelos seus cálculos, o Estado deve arrecadar entre R$ 73,5 bilhões
e R$ 74 bilhões neste ano -quase
a metade dos R$ 150 bilhões previstos de receita global da União.
Diante da arrecadação já verificada no quadrimestre, a expectativa de Del Comuni é até conservadora. Nos primeiros quatro
meses do ano a União arrecadou
R$ 56,573 bilhões. São Paulo contribuiu com R$ 25,843 bilhões.
Se essa tendência persistir, a
União arrecadará R$ 168 bilhões
(já considerada a queda de R$ 1,5
bilhão da CPMF, de 0,38% para
0,30%, a partir de 17 de junho).
São Paulo arrecadaria cerca de R$
76,5 bilhões no ano.
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