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Indústria de SP encolhe 3,6% em abril
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em comparação com a fraca base de março -mês em que o nível
de atividade da indústria paulista
caiu 4,6%-, o INA (Indicador do
Nível de Atividade) de abril subiu
2,7%. No entanto o aumento do
índice não se sustenta se a base de
comparação é um pouco mais
forte: em relação a abril de 2002, a
queda é de 3,6%.
O indicador foi divulgado ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
que alerta que a expansão em relação a março não sinaliza necessariamente uma melhora na situação das indústrias, já que foi
puxada principalmente por um
ajuste de estoques em abril.
Após o mês retrasado, quando
muitas empresas deram férias a
seus funcionários por causa da
fraca demanda, houve uma retomada da produção industrial em
abril. O problema é que as vendas
no mercado interno continuaram
fracas no mês passado, o que fez
com o que a formação de estoques fosse generalizada.
"A taxa de juros que não baixou,
o crédito difícil, a renda disponível em queda, tudo isso vai na
contramão das vendas", afirmou
Clarisse Messer, diretora do Departamento de Pesquisa da Fiesp.
Essa formação de estoques, de
acordo com ela, é má notícia para
o INA dos próximos meses. "A indústria produziu mais do que
vendeu no mês passado, o que pode fazer com que a produção caia
mais para a frente", disse.
Segundo ela, outro fator -este
positivo- a influenciar a expansão de abril em relação ao mês anterior é o crescimento das exportações verificado no período.
"O melhor dado para medir a
atividade industrial paulista é o
do primeiro quadrimestre do
ano, que mostra que, de janeiro a
abril de 2003, o aumento foi de
1,2% em relação ao mesmo período do ano passado", disse Messer.
A variação está dentro das previsões da Fiesp de crescimento moderado -no máximo de 1,5%-
para o INA neste ano.
Destaques
O ajuste de estoques em abril
-maior responsável pela expansão em relação a março- atingiu
a maior parte dos setores.
No caso do outro fator que causou a subida do INA, o crescimento das exportações, o destaque ficou por conta do setor de material
de transporte, cujo crescimento
no mês passado foi de 3,7% contra março. "Esse é um setor que
está totalmente vinculado a exportações devido à fraqueza das
vendas internas", afirmou Messer.
Apesar disso, a queda em relação a abril de 2002 foi de 13%, o
que, segundo a diretora, mostra
que o setor está sofrendo com o
mercado interno fraco.
Ela também ressaltou o aumento da atividade industrial do setor
mecânico -também influenciado por exportações-, cujo aumento foi de 0,5% ante março.
Por outro lado outros setores
tradicionalmente exportadores,
como alimentação e papel e papelão, caíram fortemente em relação
a março, com retrações de 4,2% e
5,3%, respectivamente. Na comparação com abril do ano passado, as quedas foram ainda maiores, de 10% e 3,4%.
A menor demanda no mercado
interno também foi apontada por
Messer para explicar o desempenho mais fraco desses setores.
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