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São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2003

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Indústria de SP encolhe 3,6% em abril

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em comparação com a fraca base de março -mês em que o nível de atividade da indústria paulista caiu 4,6%-, o INA (Indicador do Nível de Atividade) de abril subiu 2,7%. No entanto o aumento do índice não se sustenta se a base de comparação é um pouco mais forte: em relação a abril de 2002, a queda é de 3,6%.
O indicador foi divulgado ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que alerta que a expansão em relação a março não sinaliza necessariamente uma melhora na situação das indústrias, já que foi puxada principalmente por um ajuste de estoques em abril.
Após o mês retrasado, quando muitas empresas deram férias a seus funcionários por causa da fraca demanda, houve uma retomada da produção industrial em abril. O problema é que as vendas no mercado interno continuaram fracas no mês passado, o que fez com o que a formação de estoques fosse generalizada.
"A taxa de juros que não baixou, o crédito difícil, a renda disponível em queda, tudo isso vai na contramão das vendas", afirmou Clarisse Messer, diretora do Departamento de Pesquisa da Fiesp.
Essa formação de estoques, de acordo com ela, é má notícia para o INA dos próximos meses. "A indústria produziu mais do que vendeu no mês passado, o que pode fazer com que a produção caia mais para a frente", disse.
Segundo ela, outro fator -este positivo- a influenciar a expansão de abril em relação ao mês anterior é o crescimento das exportações verificado no período.
"O melhor dado para medir a atividade industrial paulista é o do primeiro quadrimestre do ano, que mostra que, de janeiro a abril de 2003, o aumento foi de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado", disse Messer. A variação está dentro das previsões da Fiesp de crescimento moderado -no máximo de 1,5%- para o INA neste ano.

Destaques
O ajuste de estoques em abril -maior responsável pela expansão em relação a março- atingiu a maior parte dos setores.
No caso do outro fator que causou a subida do INA, o crescimento das exportações, o destaque ficou por conta do setor de material de transporte, cujo crescimento no mês passado foi de 3,7% contra março. "Esse é um setor que está totalmente vinculado a exportações devido à fraqueza das vendas internas", afirmou Messer.
Apesar disso, a queda em relação a abril de 2002 foi de 13%, o que, segundo a diretora, mostra que o setor está sofrendo com o mercado interno fraco.
Ela também ressaltou o aumento da atividade industrial do setor mecânico -também influenciado por exportações-, cujo aumento foi de 0,5% ante março.
Por outro lado outros setores tradicionalmente exportadores, como alimentação e papel e papelão, caíram fortemente em relação a março, com retrações de 4,2% e 5,3%, respectivamente. Na comparação com abril do ano passado, as quedas foram ainda maiores, de 10% e 3,4%.
A menor demanda no mercado interno também foi apontada por Messer para explicar o desempenho mais fraco desses setores.


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