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Ministro afirma que remédio para gerar postos de trabalho será um "surto de crescimento" no 2º semestre
Desemprego é herança de FHC, diz Mantega
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, afirmou ontem
que a responsabilidade pelo recorde histórico da taxa de desemprego na região metropolitana de
São Paulo é exclusivamente do
governo passado, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Mantega lamentou o índice
-20,6% da população economicamente ativa- e, como "remédio", prometeu um "surto de
crescimento" que terá início no
próximo semestre.
"Nós já estamos debelando os
problemas que nos levaram a esse
desemprego, estamos montando
as bases para um surto de crescimento", afirmou Mantega, que
participou, em São Paulo, de uma
reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
para discutir "fundamentos estratégicos para o desenvolvimento".
Segundo o ministro, o freio imposto pela equipe do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva à atividade econômica foi necessário devido à crise herdada de FHC, que
poderia levar o Brasil a um cenário de indexação, "uma velha
doença conhecida de todos", na
definição de Mantega.
"Isso [o desemprego] é o rescaldo dos erros em política econômica do governo anterior. Se você
tem uma inflação elevada, você é
obrigado a colocar o pé no freio,
debelar essa inflação, para retomar o crescimento", disse ele.
Ao lado de Tarso Genro, secretário especial de Desenvolvimento Econômico e Social, Mantega
afirmou que o "surto" levará o
país, ainda no governo Lula, a taxas anuais de crescimento próximas de 6%, mas não detalhou as
estratégias a serem utilizadas, disse apenas que o remédio petista
não será um "analgésico" de pouca duração e sua aplicação será
negociada com a sociedade. "É isso que nós estamos discutindo
aqui", limitou-se a dizer.
"No segundo semestre esse quadro já estará sendo revertido, o
desemprego vai diminuir com
uma reação dos investimentos e
terminaremos o ano de uma maneira muito melhor do que terminamos o ano passado", disse.
Tarso Genro afirmou que o Brasil terá um crescimento "sustentado". Os dois, no entanto, ouviram
apelos dos empresários e sindicalistas pela redução da taxa de juros. "Nós precisamos voltar ao
círculo virtuoso nesse país", disse
o presidente da Fiesp (Federação
das Indústrias de São Paulo), Horacio Lafer Piva.
O presidente da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), João
Felício pediu a redução do juro "o
mais rapidamente possível".
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