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São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2003

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Ministro afirma que remédio para gerar postos de trabalho será um "surto de crescimento" no 2º semestre

Desemprego é herança de FHC, diz Mantega

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, afirmou ontem que a responsabilidade pelo recorde histórico da taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo é exclusivamente do governo passado, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Mantega lamentou o índice -20,6% da população economicamente ativa- e, como "remédio", prometeu um "surto de crescimento" que terá início no próximo semestre.
"Nós já estamos debelando os problemas que nos levaram a esse desemprego, estamos montando as bases para um surto de crescimento", afirmou Mantega, que participou, em São Paulo, de uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para discutir "fundamentos estratégicos para o desenvolvimento".
Segundo o ministro, o freio imposto pela equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à atividade econômica foi necessário devido à crise herdada de FHC, que poderia levar o Brasil a um cenário de indexação, "uma velha doença conhecida de todos", na definição de Mantega.
"Isso [o desemprego] é o rescaldo dos erros em política econômica do governo anterior. Se você tem uma inflação elevada, você é obrigado a colocar o pé no freio, debelar essa inflação, para retomar o crescimento", disse ele.
Ao lado de Tarso Genro, secretário especial de Desenvolvimento Econômico e Social, Mantega afirmou que o "surto" levará o país, ainda no governo Lula, a taxas anuais de crescimento próximas de 6%, mas não detalhou as estratégias a serem utilizadas, disse apenas que o remédio petista não será um "analgésico" de pouca duração e sua aplicação será negociada com a sociedade. "É isso que nós estamos discutindo aqui", limitou-se a dizer.
"No segundo semestre esse quadro já estará sendo revertido, o desemprego vai diminuir com uma reação dos investimentos e terminaremos o ano de uma maneira muito melhor do que terminamos o ano passado", disse.
Tarso Genro afirmou que o Brasil terá um crescimento "sustentado". Os dois, no entanto, ouviram apelos dos empresários e sindicalistas pela redução da taxa de juros. "Nós precisamos voltar ao círculo virtuoso nesse país", disse o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Horacio Lafer Piva.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), João Felício pediu a redução do juro "o mais rapidamente possível".


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