Sindicalistas desaprovam reivindicação de bancos privados para disputar instituição estadual, que está sendo negociada com o BB

Serra nega que renovação de usinas da Cesp tenha sido incluída nas negociações com o governo federal sobre a venda do banco paulista

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE

Dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo se reuniram ontem com a bancada do PT na Assembléia Legislativa para discutir a incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. No encontro, os deputados e os sindicalistas se posicionaram contra a realização de um leilão de privatização do banco paulista, como defendem os bancos privados. No encontro, os bancários pediram apoio dos deputados para garantir a manutenção dos empregos e dos direitos trabalhistas.
"Como os sindicalistas, os deputados também estão preocupados com os empregos. Assim que tiver um modelo [do negócio], a Assembléia Legislativa vai fazer uma audiência pública, com a participação do Banco do Brasil e do governo do Estado, para debater [a operação] com a sociedade", disse Luiz Claudio Marcolino, presidente do sindicato.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), negou que a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) tenha entrado nas negociações para facilitar a venda da Nossa Caixa ao BB.
As ações da Cesp se valorizaram ontem com a avaliação de que o Estado venderia o banco paulista ao BB e, em troca, o governo federal renovaria as licenças de usinas da Cesp. Na Bolsa, a ação PNB da Cesp se valorizou em 9,6% no dia, fechando a R$ 31,50.
"Isso é especulação", afirmou Serra, ao ser questionado sobre a participação da Cesp no negócio. "A Cesp é uma coisa, a Nossa Caixa é outra", disse, após inaugurar estação de trem na zona leste de São Paulo.
Segundo ele, o tema não é tratado com o governo federal, apenas com o Banco do Brasil. "Eu nunca tratei do assunto com o governo federal."

Meirelles
Em Brasília, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou, durante depoimento no Congresso, que o BC analisará "com atenção" uma eventual incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.
Segundo Meirelles, é cedo para qualquer manifestação oficial do BC porque ainda não há uma "proposta concreta" e não se sabe que o banco paulista será mesmo incorporado pelo BB ou se irá a leilão. Na análise de Meirelles sobre o setor, os bancos brasileiros têm um "longo caminho" para elevar sua competitividade e não estão num "ponto aceitável".


Texto Anterior: Trabalho 2: Assembléia de SP amplia licença para gestante
Próximo Texto: Empresários temem falta de mão-de-obra qualificada
Índice