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Com Petrobras, Bolsa, avança 3,04% e volta a beirar recorde
Agência eleva classificação de
estatal, e ações sobem 2,2%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após alguns pregões menos
empolgantes, a Bovespa demonstrou ontem força para se
recuperar. Com uma expressiva valorização de 3,04%, a Bovespa encerrou aos 73.153 pontos, muito próxima de seu recorde histórico -73.516 pontos, registrados no dia 20.
Embalada pela retomada da
alta do barril de petróleo no
mercado internacional, a Petrobras foi fundamental para a
recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo. No fim do pregão, as ações da Petrobras marcavam ganhos de 2,18% (PN) e
2,17% (ON). Favoreceu também o fato de a Standard &
Poor's ter elevado a nota de risco da Petrobras, que já era considerada grau de investimento.
O papel PN da empresa, que é
o de maior peso na composição
do índice Ibovespa (que reúne
as 66 ações mais negociadas),
foi responsável por cerca de
17% das operações de ontem.
Em meio ao clima positivo,
renovou-se a expectativa em
torno de a agência Fitch anunciar em breve a promoção do
Brasil a grau de investimento,
como fez a Standard & Poor's
em 30 de abril.
Quem elevou o Brasil ontem
a grau de investimento foi a
agência canadense DBRS -que
tem baixa influência no mercado internacional.
O setor bancário deixou um
pouco de lado o tema Nossa
Caixa e subiu em bloco. As
ações dos bancos voltaram a
responder à expectativa favorável à continuidade da expansão
do crédito somada às projeções
de alta dos juros. Para o setor, o
que se espera é que os empréstimos sigam fortes e com taxas
cobradas ainda mais elevadas.
Entre os principais bancos,
as altas registradas foram: Banco do Brasil ON, que ganhou
6,01%; Unibanco UNT, 4,64%;
Bradesco PN, 3,57%; e Itaú PN,
3,49%. As ações ordinárias da
Nossa Caixa, destaque dos últimos pregões após a notícia de
que o BB pode comprá-la, subiram 2,79% ontem.
"As ações dos bancos voltaram a se fortalecer com os investidores à espera de juros
maiores em um cenário de crédito em ritmo forte", avalia Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora. "A retomada do petróleo também teve relevância
no dia, pois deu impulso às
ações da Petrobras."
O petróleo encerrou ontem
em Nova York a US$ 131,03,
com alta de 1,69%.
Se as Bolsas também subiram no exterior, isso ocorreu
de forma muito menos intensa.
Em Wall Street, houve alta de
0,36% no índice Dow Jones. A
Nasdaq avançou 0,22%.
A Bolsa de Frankfurt subiu
1,08%. Em Londres, a valorização ficou em 0,18%.
Com o expressivo resultado
positivo da Bolsa, o dólar não
conseguiu se sustentar em alta
diante do real. Após chegar a
ser negociada a R$ 1,674 (alta
de 0,18%) no começo das operações, a moeda perdeu força e
encerrou vendida a R$ 1,656,
em queda de 0,90%.
O resultado do IPCA-15 também colaborou para o dia de recuperação do mercado brasileiro. O indicador, prévia do índice utilizado pelo Banco Central
para monitorar sua meta de inflação, avançou 0,56%, abaixo
do que esperava o mercado.
O mercado futuro de juros
reagiu ao índice de preços com
baixa nas taxas.
O contrato DI (que mostra as
projeções para os juros) mais
negociado, que vence em janeiro de 2010, fechou com taxa de
14,44%, ante 14,53% do pregão
anterior. No papel que vence na
virada do ano, a taxa recuou de
13,21% para 13,13% ontem na
BM&F. Mesmo assim, a expectativa de que o Copom elevará
os juros básicos em sua próxima reunião, na semana que
vem, mantém-se. A taxa Selic
está atualmente em 11,75%.
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