São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2008

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Com Petrobras, Bolsa, avança 3,04% e volta a beirar recorde

Agência eleva classificação de estatal, e ações sobem 2,2%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após alguns pregões menos empolgantes, a Bovespa demonstrou ontem força para se recuperar. Com uma expressiva valorização de 3,04%, a Bovespa encerrou aos 73.153 pontos, muito próxima de seu recorde histórico -73.516 pontos, registrados no dia 20.
Embalada pela retomada da alta do barril de petróleo no mercado internacional, a Petrobras foi fundamental para a recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo. No fim do pregão, as ações da Petrobras marcavam ganhos de 2,18% (PN) e 2,17% (ON). Favoreceu também o fato de a Standard & Poor's ter elevado a nota de risco da Petrobras, que já era considerada grau de investimento.
O papel PN da empresa, que é o de maior peso na composição do índice Ibovespa (que reúne as 66 ações mais negociadas), foi responsável por cerca de 17% das operações de ontem.
Em meio ao clima positivo, renovou-se a expectativa em torno de a agência Fitch anunciar em breve a promoção do Brasil a grau de investimento, como fez a Standard & Poor's em 30 de abril.
Quem elevou o Brasil ontem a grau de investimento foi a agência canadense DBRS -que tem baixa influência no mercado internacional.
O setor bancário deixou um pouco de lado o tema Nossa Caixa e subiu em bloco. As ações dos bancos voltaram a responder à expectativa favorável à continuidade da expansão do crédito somada às projeções de alta dos juros. Para o setor, o que se espera é que os empréstimos sigam fortes e com taxas cobradas ainda mais elevadas.
Entre os principais bancos, as altas registradas foram: Banco do Brasil ON, que ganhou 6,01%; Unibanco UNT, 4,64%; Bradesco PN, 3,57%; e Itaú PN, 3,49%. As ações ordinárias da Nossa Caixa, destaque dos últimos pregões após a notícia de que o BB pode comprá-la, subiram 2,79% ontem.
"As ações dos bancos voltaram a se fortalecer com os investidores à espera de juros maiores em um cenário de crédito em ritmo forte", avalia Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora. "A retomada do petróleo também teve relevância no dia, pois deu impulso às ações da Petrobras."
O petróleo encerrou ontem em Nova York a US$ 131,03, com alta de 1,69%.
Se as Bolsas também subiram no exterior, isso ocorreu de forma muito menos intensa.
Em Wall Street, houve alta de 0,36% no índice Dow Jones. A Nasdaq avançou 0,22%.
A Bolsa de Frankfurt subiu 1,08%. Em Londres, a valorização ficou em 0,18%.
Com o expressivo resultado positivo da Bolsa, o dólar não conseguiu se sustentar em alta diante do real. Após chegar a ser negociada a R$ 1,674 (alta de 0,18%) no começo das operações, a moeda perdeu força e encerrou vendida a R$ 1,656, em queda de 0,90%.
O resultado do IPCA-15 também colaborou para o dia de recuperação do mercado brasileiro. O indicador, prévia do índice utilizado pelo Banco Central para monitorar sua meta de inflação, avançou 0,56%, abaixo do que esperava o mercado.
O mercado futuro de juros reagiu ao índice de preços com baixa nas taxas.
O contrato DI (que mostra as projeções para os juros) mais negociado, que vence em janeiro de 2010, fechou com taxa de 14,44%, ante 14,53% do pregão anterior. No papel que vence na virada do ano, a taxa recuou de 13,21% para 13,13% ontem na BM&F. Mesmo assim, a expectativa de que o Copom elevará os juros básicos em sua próxima reunião, na semana que vem, mantém-se. A taxa Selic está atualmente em 11,75%.


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