ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Antes mesmo de o inverno chegar à Argentina, indústrias do país sofreram os primeiros cortes de gás anteontem. Seriam de 160 a 300 grandes e médias indústrias, segundo a imprensa local, que têm contratos chamados "interrompíveis". Por pagarem uma tarifa mais barata, podem sofrer restrições a qualquer momento.
Os cortes trazem ameaça de que a crise energética do ano passado se repita. De junho a agosto, o governo impôs racionamento elétrico às indústrias por oito horas diárias.
Com a brusca queda de temperatura registrada ontem no país -nevou em várias cidades-, os cortes devem se manter por tempo indeterminado. Segundo o governo, os cortes foram conseqüência de um conflito entre empresas e trabalhadores de petroleiras da Província de Santa Cruz. "Se não houvesse o conflito, não haveria inconveniente no abastecimento de gás natural", disse uma fonte do ministério do Planejamento à agência Télam.
O diretor da Fiel (fundação de investigações latino-americanas) Fernando Navajas, diz que, mesmo com o mais energia vinda do Brasil e a redução de envios de gás ao Chile, a Argentina terá problemas.


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