São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda americana fecha cotada a R$ 2,82; juros futuros e risco-país mantêm queda; C-Bond sobe 2%

Dólar encerra semana com queda de 0,7%

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais um dia de tranquilidade para o mercado financeiro. Dólar e juros fecharam em queda e a Bolsa subiu 1,14% e se manteve nos 11 mil pontos -fechou em 11.139 pontos.
O risco-país brasileiro, medido pelo JP Morgan, caiu mais 4,5% ontem e fechou a 1.527 pontos, atrás de Argentina e Nigéria.
Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, subiram 2%.
O dólar fechou com desvalorização de 1,23%, cotado a R$ 2,82. Na semana, a moeda acumulou queda de 0,7%. Apesar do recorde de alta da semana, quando bateu em R$ 2,885, seu maior valor em oito anos, o dólar havia caído 2,11% na segunda-feira.
Continua crescendo no mercado a sensação de que o Banco Central deverá lançar mão do viés de baixa adotado em sua última reunião e reduzir os juros. Atualmente a taxa básica de juros brasileira, a Selic, está em 18,5% ao ano. O mercado passou a acreditar na possibilidade na quinta-feira, quando o Conselho Monetário Nacional relaxou as metas de inflação para 2003 e 2004.
Como o controle da inflação é apontado pelo BC como o principal empecilho para não reduzir a Selic, criou-se uma brecha.
Com a nova perspectiva, as projeções para os juros no mercado futuro continuaram a devolver o exagero de alta dos últimos dias.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas para janeiro, as que concentram o maior número de negociações e são uma referência para o mercado, encerraram o dia projetando juros de 22,73%, contra 23,25%.
No câmbio, o mercado viveu ontem o dia de disputa pela formação do Ptax (preço médio do dólar medido pelo BC diariamente). Segundo analistas, o mercado estava "vendido", o que equivale dizer que a maioria das apostas era para uma cotação menor da moeda norte-americana.
Ontem, o Banco Central fez novo leilão de "swap" cambial, uma espécie de seguro que a instituição oferece a investidores como proteção contra a variação cambial. O BC ofertou três lotes desses papéis e, para um deles, houve venda integral.
Um ponto divergente na calmaria do mercado de ontem foi o cupom cambial. As taxas subiram, mas, segundo analistas, essa modalidade se ajusta à perspectiva de queda dos juros.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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