São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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Para Mantega, pesquisa mais ampla do IBGE mostrará taxa ainda menor

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse ontem, ao anunciar que a pesquisa de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) passará a ter abrangência nacional a partir de 2006, que espera a queda "de um a dois pontos percentuais" na taxa de desemprego com o aumento do universo pesquisado. O IBGE não avaliza a projeção de Mantega.
Atualmente, a pesquisa mensal do IBGE que apura a taxa de desemprego é realizada apenas em seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre). São visitados 38 mil domicílios mensalmente. A nova amostra será coletada nas áreas urbanas de todo o país, em um número de domicílios ainda a definir.
"Vamos ter um termômetro mais preciso do desemprego", disse Mantega, acrescentando que "algumas regiões do interior estão gerando mais empregos do que as regiões metropolitanas".
Mantega acha que a economia brasileira está crescendo de maneira "generalizada", mas não há uma pesquisa de emprego que capte o efeito desse crescimento no mercado de trabalho.
O fato de a nova pesquisa de emprego estar programada para começar em 2006, ano da eleição presidencial, é pura coincidência, segundo Eduardo Nunes, presidente do IBGE. "O IBGE não pode pautar seu calendário de trabalho pelo calendário eleitoral", disse.
A mudança na PME (Pesquisa Mensal de Emprego) vem sendo estudada pelo IBGE desde o início do ano passado, mas somente agora o governo incluiu na proposta orçamentária de 2005 recursos para testar o projeto.
Segundo Eduardo Nunes, o projeto é mais amplo e prevê a criação de pesquisa anual contínua, com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), da qual a PME, a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) e uma nova pesquisa, destinada a avaliar os resultados das políticas públicas, serão subprodutos.
A Pnad visita anualmente 130 mil domicílios no país para colher dados sobre população, habitação, trabalho, renda, saúde, educação e outros indicadores. Até o final deste ano, o IBGE quer definir como será a nova pesquisa conjunta e os recursos técnicos que serão usados para, por exemplo, permitir a tabulação e a divulgação mensal da nova PME. Já foi decidido que o questionário não será aplicado em todos os domicílios da amostra da atual Pnad.
Está também definido que, num primeiro momento, serão divulgadas simultaneamente a nova e a antiga PME, para evitar descontinuidade na série histórica. Os custos da nova pesquisa não foram avaliados. O Banco Mundial e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) financiarão o projeto da pesquisa que levantará os efeitos das políticas públicas no bem-estar da população.


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