|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para Mantega, pesquisa mais ampla
do IBGE mostrará taxa ainda menor
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, disse ontem, ao
anunciar que a pesquisa de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) passará a ter abrangência nacional a
partir de 2006, que espera a queda
"de um a dois pontos percentuais" na taxa de desemprego
com o aumento do universo pesquisado. O IBGE não avaliza a
projeção de Mantega.
Atualmente, a pesquisa mensal
do IBGE que apura a taxa de desemprego é realizada apenas em
seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio
de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre). São visitados 38 mil domicílios mensalmente. A nova amostra será coletada nas áreas urbanas de todo o país, em um número de domicílios ainda a definir.
"Vamos ter um termômetro
mais preciso do desemprego",
disse Mantega, acrescentando
que "algumas regiões do interior
estão gerando mais empregos do
que as regiões metropolitanas".
Mantega acha que a economia
brasileira está crescendo de maneira "generalizada", mas não há
uma pesquisa de emprego que
capte o efeito desse crescimento
no mercado de trabalho.
O fato de a nova pesquisa de
emprego estar programada para
começar em 2006, ano da eleição
presidencial, é pura coincidência,
segundo Eduardo Nunes, presidente do IBGE. "O IBGE não pode
pautar seu calendário de trabalho
pelo calendário eleitoral", disse.
A mudança na PME (Pesquisa
Mensal de Emprego) vem sendo
estudada pelo IBGE desde o início
do ano passado, mas somente
agora o governo incluiu na proposta orçamentária de 2005 recursos para testar o projeto.
Segundo Eduardo Nunes, o
projeto é mais amplo e prevê a
criação de pesquisa anual contínua, com base na Pnad (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios), da qual a PME, a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares)
e uma nova pesquisa, destinada a
avaliar os resultados das políticas
públicas, serão subprodutos.
A Pnad visita anualmente 130
mil domicílios no país para colher
dados sobre população, habitação, trabalho, renda, saúde, educação e outros indicadores. Até o
final deste ano, o IBGE quer definir como será a nova pesquisa
conjunta e os recursos técnicos
que serão usados para, por exemplo, permitir a tabulação e a divulgação mensal da nova PME. Já foi
decidido que o questionário não
será aplicado em todos os domicílios da amostra da atual Pnad.
Está também definido que, num
primeiro momento, serão divulgadas simultaneamente a nova e a
antiga PME, para evitar descontinuidade na série histórica. Os custos da nova pesquisa não foram
avaliados. O Banco Mundial e o
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) financiarão o
projeto da pesquisa que levantará
os efeitos das políticas públicas no
bem-estar da população.
Texto Anterior: Para Lula, nível de emprego vai seguir em alta Próximo Texto: Preços: Mercado eleva projeção para inflação pela 7ª vez Índice
|