São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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INTEGRAÇÃO

Chineses querem estudar país antes de investir; moratória ainda é entrave para atrair parceiros

Kirchner vai à China atrás de investimentos

CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, começou ontem a reeditar na China o mesmo roteiro cumprido no fim de maio por Luiz Inácio Lula da Silva, com igual objetivo: busca de investimentos e de aumento de exportações para o país asiático.
Mas os resultados até agora foram mais modestos. Marcada pela decisão de suspender o pagamento de sua dívida há pouco mais de dois anos, a Argentina ainda tem dificuldades para atrair investimentos estrangeiros.
Isso se refletiu nos termos dos acordos assinados pelos dois países. O "Memorando de Entendimentos sobre Investimentos" prevê a criação de um grupo de trabalho para analisar a realização de projetos de interesse comum em áreas específicas, como biotecnologia, mineração e agroindústria. O grupo se reunirá uma vez por ano e estudará também a formação de empresas conjuntas.
O memorando de mesmo nome assinado durante a visita de Lula fala concretamente na construção e modernização de ferrovias e portos no Brasil, com recursos chineses.
A exemplo do presidente brasileiro, Kirchner viajou acompanhado de uma comitiva de aproximadamente 280 empresários, que participaram de seminários econômicos e rodadas de negócios com os chineses.
A diferença é que o presidente argentino convidou também empresários dos outros três países do Mercosul.
Além do memorando sobre investimentos, China e Argentina assinaram outros quatro acordos. Os mais importantes prevêem cooperação nas áreas de transgênicos e de transporte aéreo.
Grande produtor de organismos geneticamente modificados, a Argentina quer realizar intercâmbio de tecnologia com a China e aumentar suas exportações nesse setor ao país.
O acordo aéreo abre a possibilidade de transporte de carga entre os dois países pela estatal argentina Lade. Os outros dois acordos tratam de cooperação nas áreas de saúde e cultura.
Hoje, Kirchner terá encontros com o primeiro-ministro, Wen Jiabao, e o presidente do Comitê Permanente da Assembléia Nacional, Wu Bangguo. Amanhã, ele viaja a Xangai, onde se encontrará com empresários chineses.

Acordo com o Mercosul
Representantes do Mercosul e da China realizam a partir de amanhã o primeiro encontro para discutir as bases da negociação de um acordo de livre comércio entre o bloco latino-americano e o país asiático, anunciado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim, há pouco mais de um mês.
As discussões se darão no âmbito do Diálogo Mercosul-China, foro que existe há cinco anos e no qual os dois lados trocam informações e realizam consultas sobre temas políticos e econômicos.


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