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Elevação de nota do Brasil anima investidores
Bolsa sobe 1,3%, e dólar cai; Fed decide hoje juro dos EUA
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio à turbulência que
tem agitado os mercados financeiros desde meados de maio, a
agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou ontem
a nota atribuída ao Brasil. A notícia ajudou na recuperação dos ativos brasileiros: a Bovespa subiu 1,34%, e o
dólar caiu 0,76%, para R$ 2,221.
O risco-país, mais afetado
por decisões desse tipo, chegou
ao fim das operações em queda
de 3,35%, a 260 pontos.
O comportamento favorável
das Bolsas nos Estados Unidos
também colaborou para o dia
ser positivo.
Hoje, o mercado tem tudo
para ter um dia de bastante volatilidade. O Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA)
vai anunciar para quanto vão os
juros norte-americanos, que
estão em 5% anuais. As apostas
majoritárias são que a taxa irá
ser elevada para 5,25%. Mas há
quem não descarte a hipótese
de os juros irem para 5,5%.
Após a reunião, o Fed tornará
pública nota explicativa que deve trazer sinais sobre o futuro
dos juros no país, o que tende a
mexer com o mercado.
A Fitch elevou o "rating" (nota de risco) da dívida soberana
do Brasil de longo prazo em
moeda estrangeira para "BB",
vindo de "BB-". Com isso, a nota brasileira está a dois degraus
da categoria "investment grade" -dada a países que têm
poucos riscos de darem calote.
Quem atinge o "investment
grade" passa a conseguir com
mais facilidade e a menores
custos empréstimos no mercado internacional.
"Estamos hoje a dois degraus
do "investment grade". O cenário mais otimista diz que atingiremos esse status lá para
2008", diz Alexandre Maia,
economista-chefe da GAP Asset Management. "O importante é que tem havido diferenciação entre o Brasil e outros
emergentes, como a Turquia."
No atual período de volatilidade, a Turquia vem sendo o
país emergente que mais tem
sofrido. O banco central turco
já elevou os juros do país duas
vezes neste mês, na tentativa
de conter a saída de recursos
estrangeiros e evitar depreciação cambial e inflação.
Na terça-feira, a agência
Standard & Poor's revisou a
perspectiva para a nota da Turquia de "positiva" para "estável". A decisão significa que tão
cedo a Turquia não deve ter sua
nota elevada.
Sobe-e-desce
Apesar da alta de ontem, o
Ibovespa -principal índice da
Bolsa paulista- está com perdas de 4,64% no mês.
A saída de estrangeiros do
mercado acionário brasileiro é
o mais forte motivo que explica
a queda recente acumulada pela Bovespa.
No mês, até o dia 23, os estrangeiros mais venderam que
compraram ações na Bolsa
paulista no montante de R$
2,46 bilhões. Em todo o mês de
maio, a saída líquida ficou em
R$ 1,51 bilhão.
No pregão de ontem, a ação
ON (ordinária) da Sabesp foi a
que mais caiu, com baixa de
2,81%. O papel foi seguido por
VCP PN (-2,49%) e CCR Rodovias ON (-2,29%).
Também houve de relevante
ontem o leilão de venda da
Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica
Paulista). A empresa colombiana Interconexión Eléctrica foi a
vencedora do leilão, com uma
oferta de R$ 1,193 bilhão (leia à
pág. B9).
Tesouro dos EUA
O Senado norte-americano
aprovou ontem o ex-executivo
do Goldman Sachs Henry Paulson para o cargo de secretário
do Tesouro do país, em substituição a John Snow. Não houve
oposição à confirmação dele
entre os senadores.
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