São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
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CÂMBIO
País, que enfrenta pior crise desde 1930, passa a incluir cultivo de drogas no cálculo do PIB
Colômbia cede à especulação e desvaloriza peso em 9%

das agências internacionais

A Colômbia desvalorizou ontem o peso em 9%, alargando a faixa de flutuação da moeda em relação ao dólar.
A Colômbia é um dos poucos países da América Latina que ainda mantêm o sistema de bandas cambiais, pelo qual são fixados diariamente um preço máximo e mínimo dentro do qual podem oscilaras cotações do dólar. O Brasil abandonou esse sistema em janeiro deste ano.
O alargamento da banda visa a tirar o país da pior crise econômica que o país enfrenta desde 1930 e combater o desemprego, que atinge 19,5% da População Economicamente Ativa.
O banco central colombiano chegou a vender US$ 285 milhões na semana passada para conter o aumento do peso. O governo, porém, resolveu desvalorizar a moeda para evitar maior rombo nas reservas internacionais, que estão hoje em US$ 8,9 bilhões.
"Nós não podemos continuar enfrentando ataques especulativos contra o peso sem provocar mais sangria nas nossas reservas internacionais", disse o ministro da Fazenda colombiano, Juan Camilo Restrepo, justificando a medida.
Em um ano, o peso chegou a perder 13% de seu valor.
O presidente colombiano, Andres Pastrana, anunciou na noite de domingo uma série de medidas para reduzir os gastos do governo.
A principal delas é o corte do funcionalismo público.
Por outro lado, o país ficou mais rico depois que decidiu incluir o cultivo ilegal de drogas no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto).
Com a nova metodologia, o total de riquezas produzidas no país, em 1994, passou de US$ 57,9 bilhões para US$ 67,5 bilhões.


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