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EM TRANSE
Secretário do Tesouro dos EUA, que vem à AL em agosto, diz que visita é para se familiarizar com problemas dos países
O'Neill descarta ajuda em viagem ao Brasil
DA REDAÇÃO
O secretário do Tesouro dos
EUA, Paul O'Neill, afirmou ontem que não oferecerá ajuda financeira durante a visita que fará
ao Brasil e à Argentina. Para
O'Neill, os países ainda precisam
provar que sabem fazer bom uso
dos empréstimos internacionais.
"Esses países são importantes
parceiros e aliados dos EUA", disse O'Neill em entrevista ao programa de TV "Fox News Sunday".
"Mas precisam pôr em prática políticas [econômicas" que assegurem que o dinheiro que recebem
seja bem aproveitado, e não apenas saia do país direto para uma
conta na Suíça."
O secretário deveria chegar à
América do Sul ontem, mas ficou
nos Estados Unidos, a pedido do
presidente George W. Bush, para
tratar de assuntos internos, como
a crise nas Bolsas e a aprovação do
"fast track". A visita foi adiada e
ocorrerá de 5 a 7 de agosto. Além
de Brasil e Argentina, O'Neill passará pelo Uruguai, país que enfrenta a pior crise econômica de
sua história.
Indagado se traria propostas de
socorro financeiro na bagagem,
O'Neill afirmou: "Não, não, não".
O secretário disse que a discussão
de novas linhas de crédito não estará na pauta das conversas com
as autoridades e que sua intenção
é apenas se familiarizar com os
problemas desses países.
Os EUA são o maior acionista
do FMI (Fundo Monetário Internacional) e controlam, com os europeus, as decisões do órgão internacional de assistência financeira. Sem a anuência norte-americana, o Brasil não teria como
conseguir um novo empréstimo.
No sábado, o presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o governo decidirá nesta
semana se recorrerá ao FMI em
busca de recursos adicionais. Ontem, disse que não há uma data
para fechar o acordo. O governo
teria em mente um novo empréstimo, entre US$ 5 bilhões e US$ 10
bilhões, para acalmar o mercado
durante o período eleitoral.
Gafes
Quando fala para o público
americano, O'Neill (que corresponde ao ministro da Fazenda)
costuma dar declarações que desagradam a brasileiros e argentinos. No ano passado, ainda antes
de a Argentina quebrar, disse que
"encanadores e carpinteiros" não
poderiam financiar um pacote de
socorro ao país.
Há um mês, os brasileiros receberam uma mensagem semelhante. "Despejar dinheiro de
contribuintes norte-americanos
em uma incerteza política no Brasil não parece inteligente."
Mais tarde, O'Neill afirmaria
que havia sido mal interpretado e
que, se necessário, o país poderia
contar com a ajuda dos EUA.
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