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"Ração diária" para conter dólar termina 4ª
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Termina na próxima quarta-feira o prazo estipulado pelo
Banco Central para vender dólares diariamente na tentativa
de conter a alta da moeda americana. O governo ainda não
informou se vai manter esse tipo de intervenção para segurar
a desvalorização do real.
O plano do BC era vender
US$ 50 milhões durante um
mês, o que totalizaria uma intervenção de US$ 1,5 bilhão em
julho, já que US$ 300 milhões já
haviam sido vendidos quando
o BC anunciou a volta da "ração diária".
Mas o esforço do BC não foi
suficiente para conter a alta do
dólar. Quando a medida foi
anunciada, no dia 3, o dólar estava cotado a R$ 2,865. Na semana passada, o preço da moeda americana bateu o recorde
do Plano Real todos os dias, até
fechar em seu valor mais alto,
R$ 3,015, na sexta-feira.
Nas primeiras semanas, houve alguma recuperação do real,
quando o dólar chegou a custar
menos de R$ 2,80. A venda diária de dólares foi adotada no segundo semestre de 2001 e suspensa em dezembro último.
Nos três primeiros dias, depois de anunciada a medida, o
BC vendeu US$ 100 milhões. A
partir do terceiro dia, as vendas
foram de US$ 50 milhões. Considerando esses valores, até
sexta-feira, o BC teria vendido
US$ 1,350 bilhão.
As vendas foram feitas de
duas maneiras: por meio de leilões de linha externa e por meio
de intervenções diretas. No primeiro caso, o BC vende os dólares aos bancos, que se comprometem a revendê-los ao BC
em um prazo estipulado. Essa
modalidade garante a recomposição das reservas.
No segundo caso, a venda é
definitiva, o que reduz as reservas internacionais líquidas
(que excluem empréstimos do
FMI). Pelo acordo com o Fundo Monetário Internacional, as
reservas líquidas neste ano não
podem ficar abaixo de US$ 15
bilhões.
Quando anunciou a medida,
o diretor de Política Monetária
do BC, Luiz Fernando Figueiredo, atribuiu às eleições o nervosismo do mercado, que, segundo ele, vem registrando volume
baixo de negócios, o que tem
diminuído a liquidez do mercado de câmbio.
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