São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 2002

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"Ração diária" para conter dólar termina 4ª

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Termina na próxima quarta-feira o prazo estipulado pelo Banco Central para vender dólares diariamente na tentativa de conter a alta da moeda americana. O governo ainda não informou se vai manter esse tipo de intervenção para segurar a desvalorização do real.
O plano do BC era vender US$ 50 milhões durante um mês, o que totalizaria uma intervenção de US$ 1,5 bilhão em julho, já que US$ 300 milhões já haviam sido vendidos quando o BC anunciou a volta da "ração diária".
Mas o esforço do BC não foi suficiente para conter a alta do dólar. Quando a medida foi anunciada, no dia 3, o dólar estava cotado a R$ 2,865. Na semana passada, o preço da moeda americana bateu o recorde do Plano Real todos os dias, até fechar em seu valor mais alto, R$ 3,015, na sexta-feira.
Nas primeiras semanas, houve alguma recuperação do real, quando o dólar chegou a custar menos de R$ 2,80. A venda diária de dólares foi adotada no segundo semestre de 2001 e suspensa em dezembro último.
Nos três primeiros dias, depois de anunciada a medida, o BC vendeu US$ 100 milhões. A partir do terceiro dia, as vendas foram de US$ 50 milhões. Considerando esses valores, até sexta-feira, o BC teria vendido US$ 1,350 bilhão.
As vendas foram feitas de duas maneiras: por meio de leilões de linha externa e por meio de intervenções diretas. No primeiro caso, o BC vende os dólares aos bancos, que se comprometem a revendê-los ao BC em um prazo estipulado. Essa modalidade garante a recomposição das reservas.
No segundo caso, a venda é definitiva, o que reduz as reservas internacionais líquidas (que excluem empréstimos do FMI). Pelo acordo com o Fundo Monetário Internacional, as reservas líquidas neste ano não podem ficar abaixo de US$ 15 bilhões.
Quando anunciou a medida, o diretor de Política Monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, atribuiu às eleições o nervosismo do mercado, que, segundo ele, vem registrando volume baixo de negócios, o que tem diminuído a liquidez do mercado de câmbio.


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