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DÍVIDA
Brasileiros, turcos e argentinos detêm 62% dos empréstimos dados pelo FMI
Com US$ 25 bi, Brasil é o maior devedor do Fundo
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil é hoje o maior devedor
do FMI (Fundo Monetário Internacional), com uma dívida líquida de US$ 25,47 bilhões, segundo
dados de abril, os últimos divulgados pelo organismo.
O endividamento brasileiro supera o da Turquia (US$ 23,22 bilhões) e o da Argentina (US$ 14,85
bilhões). Nesses valores estão incluídos pagamentos já feitos e novos recursos liberados. Por isso a
posição dos países no ranking
muda todos os meses.
Esses três, porém, vêm se mantendo na "pole position" desde o
ano passado. Juntos, eles respondem por 62,2% do total de empréstimos concedidos pelo organismo e ainda não pagos. Só as dívidas do Brasil e da Argentina
chegam a 39,5% do total.
Mas, segundo analistas e assessores do próprio Fundo, a posição
do Brasil no topo do ranking não
é preocupante. Na contabilidade
do FMI o que conta é menos o tamanho da dívida, em dólares, e
mais a capacidade de pagamento
do país. Ela é medida pela relação
entre o total de cotas que o país
possui, como sócio, e sua dívida.
O Brasil deve seis vezes mais do
que tem depositado no FMI, enquanto a Turquia deve 17 vezes
mais o valor dos seus depósitos.
Para o economista-chefe do
Unibanco, Alexandre Schwartsman, o país não terá nenhuma dificuldade em pagar o que deve.
"Esse dinheiro não foi gasto, está
depositado nas nossas reservas
internacionais; é uma espécie de
cheque especial não sacado."
Mesmo sem ser usado, esse cheque cobra juros que, neste ano,
custarão ao país cerca de US$ 1,1
bilhão. Mas, segundo Schwartsman, como as reservas em dólares
do Brasil também rendem juros,
"fica tudo elas por elas".
"É uma dívida muito alta em
qualquer lugar do mundo. Ao
contraí-la, o país perde soberania
na sua política econômica", diz
Walter Mundell, vice-presidente
da Sul América Investimentos.
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