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PÚBLICO E PRIVADO
Lula diz que mantém a confiança em Meirelles
JULIA DUAILIBI
ENVIADA ESPECIAL A CABO VERDE
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva quis tranqüilizar ontem o
mercado ao comentar, durante
visita à África, o pedido de demissão do diretor de Política Monetária no Banco Central, Luiz Augusto Candiota. Disse que não há
motivo para qualquer pessoa no
Brasil ou no mundo ficar preocupada com as mudanças no BC.
O presidente afirmou também
que mantém a confiança no presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
"Quero dizer a todos vocês que
o Meirelles detém a minha confiança, e eu acho que o Banco
Central está cumprindo a sua função. É por isso que a economia
brasileira está crescendo, é por isso que os investimentos estão voltando, é por isso que nós estamos
batendo recordes nas exportações, é por isso que nós estamos
gerando o maior nível de emprego desde 1992", afirmou o presidente em cerimônia no Palácio
Presidencial de Cabo Verde, onde
recebeu o 1º grau da Ordem Amílcar Cabral, um herói da independência cabo-verdiana.
Meirelles e Candiota são alvos
de investigação do Ministério Público e da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado, respectivamente, por suspeita
de sonegação fiscal e evasão de divisas. O presidente disse estar
"tranqüilo" com a atuação do
Banco Central. "Não há por que
qualquer pessoa no Brasil ou no
mundo ficar preocupada. As mudanças acontecem, o governo tem
confiança, sabe da tranqüilidade
que vive o nosso país. Vamos continuar com essa tranqüilidade e
vamos fazer o Brasil crescer", declarou. Lula foi informado da saída de Candiota ontem às 14h (horário de Brasília).
O presidente repetiu duas vezes
a palavra "nada" ao dizer que não
irão ocorrer mudanças na condução da política econômica do país
com a saída de Candiota.
Segundo Lula, as mudanças nos
quadros do BC são "uma rotina".
"O Banco Central tem o direito de
mudar as pessoas que ele entender que deve mudar", completou.
De acordo com Lula, "se o Candiota resolveu pedir demissão e
lutar pela defesa da sua integridade política, isso é um direito dele".
O presidente afirmou ainda que
quer que a economia cresça de
forma sustentável. "Por isso posso antecipar a vocês que nós vamos crescer bem em 2004, vamos
crescer mais ainda em 2005. E, se
todos nós estivermos vivos, vamos crescer em 2007 e 2010, porque o Brasil está dando a oportunidade que precisa ser dada e, sobretudo, está sendo governado
com muita responsabilidade."
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