São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

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PÚBLICO E PRIVADO

Lula diz que mantém a confiança em Meirelles

JULIA DUAILIBI
ENVIADA ESPECIAL A CABO VERDE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quis tranqüilizar ontem o mercado ao comentar, durante visita à África, o pedido de demissão do diretor de Política Monetária no Banco Central, Luiz Augusto Candiota. Disse que não há motivo para qualquer pessoa no Brasil ou no mundo ficar preocupada com as mudanças no BC.
O presidente afirmou também que mantém a confiança no presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
"Quero dizer a todos vocês que o Meirelles detém a minha confiança, e eu acho que o Banco Central está cumprindo a sua função. É por isso que a economia brasileira está crescendo, é por isso que os investimentos estão voltando, é por isso que nós estamos batendo recordes nas exportações, é por isso que nós estamos gerando o maior nível de emprego desde 1992", afirmou o presidente em cerimônia no Palácio Presidencial de Cabo Verde, onde recebeu o 1º grau da Ordem Amílcar Cabral, um herói da independência cabo-verdiana.
Meirelles e Candiota são alvos de investigação do Ministério Público e da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado, respectivamente, por suspeita de sonegação fiscal e evasão de divisas. O presidente disse estar "tranqüilo" com a atuação do Banco Central. "Não há por que qualquer pessoa no Brasil ou no mundo ficar preocupada. As mudanças acontecem, o governo tem confiança, sabe da tranqüilidade que vive o nosso país. Vamos continuar com essa tranqüilidade e vamos fazer o Brasil crescer", declarou. Lula foi informado da saída de Candiota ontem às 14h (horário de Brasília).
O presidente repetiu duas vezes a palavra "nada" ao dizer que não irão ocorrer mudanças na condução da política econômica do país com a saída de Candiota.
Segundo Lula, as mudanças nos quadros do BC são "uma rotina". "O Banco Central tem o direito de mudar as pessoas que ele entender que deve mudar", completou.
De acordo com Lula, "se o Candiota resolveu pedir demissão e lutar pela defesa da sua integridade política, isso é um direito dele".
O presidente afirmou ainda que quer que a economia cresça de forma sustentável. "Por isso posso antecipar a vocês que nós vamos crescer bem em 2004, vamos crescer mais ainda em 2005. E, se todos nós estivermos vivos, vamos crescer em 2007 e 2010, porque o Brasil está dando a oportunidade que precisa ser dada e, sobretudo, está sendo governado com muita responsabilidade."


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