São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

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PÚBLICO E PRIVADO

Para analistas, governo agiu com rapidez; Bolsa sobe e dólar cai

Mercado reage bem à mudança no BC

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado recebeu bem a saída de Luiz Augusto Candiota da Diretoria de Política Monetária do Banco Central. O dólar recuou 0,33%, e a Bovespa registrou valorização de 1,98%. O risco-país brasileiro caiu 2,7%, a 611 pontos.
Analistas avaliaram que o governo agiu rapidamente para minimizar a repercussão negativa das denúncias de suposta sonegação envolvendo Candiota. A indicação do economista-chefe do banco CSFB, Rodrigo Azevedo, para o cargo foi bem recebida. Para analistas ouvidos pela Folha, Azevedo é muito afinado com a administração e as metas do BC.
"A entrada do Azevedo foi bem absorvida pelo mercado, sem nenhum abalo. Ele é bem conhecido e bem-visto pelos investidores daqui e de fora. Além disso, ele tem uma visão bastante conservadora no que se refere a ações de política econômica, ou seja, bem em linha com o BC", avalia Adolpho Nardy Filho, diretor de operações e finanças do banco Cruzeiro do Sul.
Ontem os investidores se desprenderam do mercado externo e ignoraram a alta do preço do petróleo. O dólar fechou a R$ 3,054.
Na BM&F, as projeções dos juros nos contratos DI -que acompanham os juros praticados entre os bancos- recuaram. No DI com vencimento em janeiro, a taxa caiu de 16,51% para 16,42% anuais. No contrato que vence daqui a um ano, a taxa recuou de 17,25% para 17,09%.
Na opinião de Rodrigo Boulos, economista do Banco Santos, "o governo agiu depressa e evitou que uma suspeita se transformasse em uma crise".
Dados relativos à economia do país, como a desaceleração da alta dos preços medida pela Fipe e o aumento da venda interna de aço, ajudaram a manter o clima de otimismo no mercado.
Para a consultoria Global Invest, a entrada de Azevedo na equipe do BC "fortalece o viés conservador da autoridade monetária, o que é positivo para a percepção de risco por investidores estrangeiros".
Os principais títulos da dívida brasileira foram alvo de compra no mercado internacional. Os C-Bonds tiveram alta de 0,80%.
Para a alta registrada pela Bovespa, foi importante a valorização de 3,43% da ação PN da Telemar. A ação, que foi a mais negociada do pregão, ao concentrar 16,7% do volume total, subiu com o rumor de que a empresa divulgará hoje forte lucro no balanço do segundo trimestre. A ação PN da Petrobras, a segunda mais negociada, subiu 1,84%, embalada pela alta do petróleo no exterior.


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