São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

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RETOMADA

No melhor resultado desde 95, sondagem mostra que 33% das empresas classificam como boa a situação atual dos negócios

Setor industrial está mais otimista, diz FGV

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A julgar pela tendência de comportamento dos tomadores de decisão da indústria brasileira, o segmento está em expansão.
A Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação divulgada ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) indicou que, para 33% das empresas entrevistadas, a situação atual dos negócios é considerada boa. Esse é o melhor resultado desde abril de 1995.
Em meio a uma miríade de itens que demonstram confiança na recuperação da economia, porém, há alguns sinais discretos de preocupação dos industriais brasileiros. Em julho do ano passado, 4% dos ouvidos pela sondagem afirmavam que a escassez de matéria-prima representava um problema. Em julho deste ano, esse percentual subiu para 10%. Entre os empresários do segmento de bens de consumo, esse grau de preocupação passa para 16%.
"É um nível normal para momentos de retomada", afirmou Aloísio Campelo, um dos responsáveis pela pesquisa da FGV. Mas o economista diz que é também um sinal de que é o momento de as empresas investirem. "A hora de investir é agora, especialmente em bens intermediários [aço, borracha e química, por exemplo]. Não há uma previsão de gargalo imediato, mas, sem investimentos, pode haver algum risco."
Essa alta do ritmo de crescimento da indústria tem sido impulsionada pelo aumento da demanda interna. Para 19% das empresas, a demanda doméstica por produtos industriais está forte. O saldo, que calcula a diferença entre o número de empresas que consideram o nível de demanda forte e as que o consideram fraco, ficou em nove pontos percentuais. O resultado empata com o obtido em julho de 2000, quando a economia brasileira atravessava um período de expansão.
Segundo Campelo, historicamente o saldo desse item é negativo. "Em geral, os empresários tendem a dizer que a demanda vai mal. O fato de esse indicador estar positivo confirma que o ritmo de crescimento está de fato bastante forte", disse.
Para o trimestre, que vai de julho a setembro deste ano, as empresas esperam a manutenção do crescimento e projetam um aumento do número de encomendas nos mercados interno e externo. O saldo entre os que dizem acreditar no aumento da demanda global (externa e interna) e os que argumentam que ela vai cair é de 48 pontos percentuais. Esse é o melhor saldo desde o início do Plano Real, em julho de 1994.
Segundo 35% dos empresários, o número de empregos também deve aumentar, especialmente nas indústrias de calçados, vestuário e química.


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