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Supermercados registram leve alta
no faturamento do 1º semestre
MAELI PRADO
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A euforia com a reação da economia brasileira ainda não contagiou o setor supermercadista, cujo faturamento real (descontada a
inflação) aumentou 0,1% no primeiro semestre ante igual período
de 2003, segundo divulgou ontem
a Abras (Associação Brasileira de
Supermercados). A entidade
manteve sua previsão de expansão de 2% neste ano.
A reação nas vendas, segundo a
associação, começou no segundo
trimestre, e teve o seu pico em junho, que cresceu 5,5% em relação
ao mesmo mês do ano passado.
"[O aumento de 0,1%] é um número ruim, sobre uma base ruim.
Mas consideramos um resultado
positivo porque houve recuperação nos últimos meses do semestre", afirmou João Carlos de Oliveira, presidente da associação
supermercadista.
Mesmo assim, ele classificou essa recuperação como "tímida". "É
uma reação, mas ainda não é uma
recuperação que possamos chamar de sustentada", disse.
O crescimento das vendas dos
supermercados, segundo analistas, é mais modesto do que o divulgado nas últimas semanas pelo
comércio e alguns setores da indústria porque depende mais dos
bens não-duráveis (alimentos)-
que respondem pela maior participação no faturamento do setor.
Para um aumento relevante da
venda de alimentos, é necessária
uma reação mais sólida e continuada da renda, o que ainda não
ocorreu. Tanto que o crescimento
verificado a partir de abril, segundo Oliveira, se deu principalmente em cima da oferta de crédito
para compra de bens duráveis,
como eletrodomésticos.
Para Oliveira, outro fator que
contribuiu para o crescimento
das vendas no segundo trimestre
foi o aumento do número de lojas.
"Apenas em 2003 foram cerca de
13 mil lojas abertas", afirmou. Ele
também citou as vendas da Páscoa, "extremamente positivas", e
a recuperação do nível de emprego como razões para a reação.
Balanços
Em seus balanços apresentados
ontem, o grupo Pão de Açúcar, a
maior rede varejista de alimentos
do país, e a Sadia, a maior fabricante de itens alimentícios, afirmam notar melhoria na demanda
interna.
A cadeia de varejo registrou aumento de 2,6% no lucro líquido
no segundo trimestre do ano, em
relação ao mesmo período de
2003. O volume alcançou R$ 58,2
milhões de abril a junho de 2004.
No semestre, no entanto, houve
retração de 11,5% no lucro.
O setor de alimentos registrou
"performance estável" nas vendas
no período, destaca a empresa.
A companhia informa que verificou, quanto à venda de alimentos, "uma tendência de recuperação em junho". No mês passado,
as lojas da rede tiveram alta de
2,3% na comercialização desses
itens sobre junho de 2003.
"O primeiro trimestre foi muito
fraco, negativo mesmo. O segundo não foi bom. Junho começou a
ter uma certa retomada que se
confirmou em julho, mas tudo
lento ainda", disse anteontem à
imprensa Abílio Diniz, presidente
do Conselho de Administração
do grupo Pão de Açúcar.
Da mesma forma, a Sadia informou ontem que "começa a observar sinais de reaquecimento da
demanda por bens de consumo
das principais capitais".
De abril a junho, a venda (em
toneladas) de produtos da marca
no mercado interno cresceu
11,5% em relação a igual período
de 2003. "Em um cenário em que
os níveis de renda e de emprego
começam a melhorar, a companhia registrou aumento de 17,9%
nas vendas de industrializados"
de abril a junho, informa.
Houve alta na receita líquida do
Pão de Açúcar e da Sadia.
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