São Paulo, quarta, 29 de julho de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Escândalo político-sexual faz Dow Jones recuar 1,04% em dia de forte oscilação
Cerco a Clinton derruba Nova York

das agências internacionais

Depois do "efeito Greenspan", que fez a Bolsa de Nova York ter forte recuo na última semana, as ações no mercado norte-americano voltaram a cair ontem, desta vez devido ao "efeito Lewinsky".
O índice Dow Jones, que reúne as ações mais negociadas em Wall Street, perdeu 93,46 pontos, o que corresponde a 1,04%. O pregão foi marcado por grande oscilação. Durante as negociações, o Dow Jones chegou a recuar 3%.
Investidores venderam ações, pessimistas com a possibilidade de o presidente dos EUA, Bill Clinton, ser acusado de tentar obstruir a justiça durante as investigações sobre seu provável envolvimento com a então estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky.
Após acordo com a promotoria firmado ontem, a ex-estagiária terá imunidade para depor e poderá revelar fatos que comprometam o presidente.
"Qualquer coisa que possa tornar o governo menos estável é negativa", disse Dan Mathisson, chefe da corretora D.E. Shaw Securities em Nova York.
Foi a quinta queda do Dow Jones em sete dias. O recuo só não foi maior em virtude da expectativa de fechamento de um acordo entre a General Motors e o sindicato de trabalhadores da indústria automobilística para acabar com a greve que completou 55 dias.
O principal índice do mercado acionário também recuperou parte das perdas do dia após a Merck & Co, principal fabricante de remédios do mundo, anunciar que investirá US$ 5 bilhões para recomprar suas ações.
O "efeito Greenspan", no entanto, continua a reverberar em Wall Street.
Na última semana, Alan Greenspan, presidente do Fed, o banco central dos EUA, disse que os juros poderão subir para conter as pressões inflacionárias e que a crise asiática ainda pode se agravar.
As declarações, feitas em seu pronunciamento semestral no Congresso norte-americano, fizeram a Bolsa cair 4,4% na última semana.
Analistas disseram que as perdas continuam sendo influenciadas pela expectativa de maior deterioração das economias asiáticas, afetadas desde julho do ano passado por forte turbulência financeira. Os países da região enfrentam forte recessão.
"Será difícil para o mercado progredir com estimativas tão baixas", afirmou Robert Doll, gerente do fundo de investimentos Oppenheimer Growth.
O dia também não foi positivo para o dólar norte-americano no mercado de câmbio. O iene japonês teve recuperação em relação à moeda dos EUA.




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