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MERCADO FINANCEIRO
Escândalo político-sexual faz Dow Jones recuar 1,04% em dia de forte oscilação
Cerco a Clinton derruba Nova York
das agências internacionais
Depois do "efeito Greenspan",
que fez a Bolsa de Nova York ter
forte recuo na última semana, as
ações no mercado norte-americano voltaram a cair ontem, desta
vez devido ao "efeito Lewinsky".
O índice Dow Jones, que reúne
as ações mais negociadas em Wall
Street, perdeu 93,46 pontos, o que
corresponde a 1,04%. O pregão foi
marcado por grande oscilação.
Durante as negociações, o Dow Jones chegou a recuar 3%.
Investidores venderam ações,
pessimistas com a possibilidade de
o presidente dos EUA, Bill Clinton, ser acusado de tentar obstruir
a justiça durante as investigações
sobre seu provável envolvimento
com a então estagiária da Casa
Branca Monica Lewinsky.
Após acordo com a promotoria
firmado ontem, a ex-estagiária terá imunidade para depor e poderá
revelar fatos que comprometam o
presidente.
"Qualquer coisa que possa tornar o governo menos estável é negativa", disse Dan Mathisson,
chefe da corretora D.E. Shaw Securities em Nova York.
Foi a quinta queda do Dow Jones
em sete dias. O recuo só não foi
maior em virtude da expectativa
de fechamento de um acordo entre a General Motors e o sindicato
de trabalhadores da indústria automobilística para acabar com a
greve que completou 55 dias.
O principal índice do mercado
acionário também recuperou parte das perdas do dia após a Merck
& Co, principal fabricante de remédios do mundo, anunciar que
investirá US$ 5 bilhões para recomprar suas ações.
O "efeito Greenspan", no entanto, continua a reverberar em
Wall Street.
Na última semana, Alan Greenspan, presidente do Fed, o banco
central dos EUA, disse que os juros poderão subir para conter as
pressões inflacionárias e que a crise asiática ainda pode se agravar.
As declarações, feitas em seu
pronunciamento semestral no
Congresso norte-americano, fizeram a Bolsa cair 4,4% na última
semana.
Analistas disseram que as perdas
continuam sendo influenciadas
pela expectativa de maior deterioração das economias asiáticas,
afetadas desde julho do ano passado por forte turbulência financeira. Os países da região enfrentam
forte recessão.
"Será difícil para o mercado
progredir com estimativas tão baixas", afirmou Robert Doll, gerente do fundo de investimentos Oppenheimer Growth.
O dia também não foi positivo
para o dólar norte-americano no
mercado de câmbio. O iene japonês teve recuperação em relação à
moeda dos EUA.
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