da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso determinou ontem a utilização das Forças Armadas, se necessário, para que seja garantida a livre circulação nas rodovias e nas manifestações e nos bloqueios feitos pelos caminhoneiros.
"O governo respeita a manifestação pacífica dos caminhoneiros na defesa dos seus interesses, tem buscado o diálogo aberto e franco com o movimento, mas, na medida em que haja uso de violência nas manifestações e o impedimento da livre circulação nas rodovias, pode se tornar necessário o uso das Forças Armadas", afirmou no início da noite de ontem o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière.
O porta-voz disse que não dispunha de detalhes operacionais do emprego eventual das Forças Armadas, nem com quem ficaria a responsabilidade de avaliar se é ou não necessário o uso da força militar. "Não cabe ao presidente esse nível de detalhamento", diz.
A Polícia Rodoviária Federal aumentou o patrulhamento na malha de mais de 55 mil quilômetros de rodovias federais brasileiras, convocando inclusive os policiais de folga. A determinação do ministro da Justiça, José Carlos Dias, seguiu orientação de FHC.
Também a Polícia Federal foi acionada para acompanhar a movimentação dos grevistas.

Sem pauta prévia
Segundo o porta-voz, o governo "lamenta não ter recebido antes uma pauta concreta de reivindicações" por parte dos grevistas. "Só chegou um pedido concreto de audiência e uma lista de reivindicações ao Ministério dos Transportes ontem (anteontem)."
Para o ministro das Comunicações e coordenador político do governo, Pimenta da Veiga, "na prática, a greve se instalou ontem (anteontem)" e ,desde então, "o governo tem agido com muita preocupação e procurado impedir prejuízos no abastecimento".
(WILLIAM FRANÇA)

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