São Paulo, Quinta-feira, 29 de Julho de 1999
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EVITANDO DESPERDÍCIO
No PR, caminhões formam fila de 8 kms
Produtor doa carga que iria apodrecer

da Agência Folha, em Curitiba

A greve dos caminhoneiros paralisou 96% das atividades da Ceasa, em Curitiba (PR). Alguns supermercados da cidade já enfrentaram ontem falta de hortifrutigranjeiros.
O produtor Henrique Sedoski ficou parado no bloqueio, a menos de 600 metros de onde deveria descarregar. Ele preferiu doar parte da sua carga para pessoas que circulavam pela BR-116.
"Minha carga é de pequeno valor e prefiro doar, já que vai apodrecer", afirmou Sedoski, que produz batata, cheiro-verde e alface, transporta e vende sua produção na Ceasa.
A pequena empresária Cecília Pereira também ficou retida no bloqueio. Ela dirige um ônibus adaptado em que vende hortifrutigranjeiros. "Estou aqui desde as 6h, e já teria vendido mais de R$ 500 se estivesse trabalhando. Quem pagará meu prejuízo?"
Nos supermercados de Foz do Iguaçu já estão faltando frutas, verduras e carnes de boi e de frango. Há também desabastecimento de massas e frios.
Na região de Londrina, as granjas estão com dificuldades para alimentar as aves. Os caminhões que transportam rações estão parados nos mais de dez pontos de bloqueio no Paraná.
No porto de Paranaguá, o transporte de mercadorias em contêineres está totalmente paralisado. Não entra nem sai caminhão do porto, que só está embarcando grãos armazenados para os navios.
A fila de caminhões parados ontem na BR-116, no perímetro urbano de Curitiba, chegava a oito quilômetros em ambos os sentidos da rodovia.
Os caminhoneiros ficaram concentrados em frente à Ceasa, onde muitos caminhões carregados de frutas e verduras não podiam entrar para descarregar.


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