São Paulo, Quinta-feira, 29 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Dólar registra a maior queda desde maio

da Reportagem Local

O dólar comercial recuou 1,27% ontem, a maior queda desde 26 de maio. Operações de venda feitas por um banco estrangeiro e o otimismo com o leilão de privatização da Paranapanema forçaram a baixa da moeda.
O dólar fechou o dia negociado a R$ 1,791, para venda.
Os negócios começaram a ser feitos num clima de otimismo, após o ágio de 90,21% conseguido na privatização da Companhia de Geração de Energia Elétrica Paranapanema. O preço final foi de R$ 1,239 bilhão.
Durante o dia, o Citibank vendeu maciçamente dólares no mercado aberto. A oferta provocou a queda no valor da moeda.
"Alguns outros bancos passaram a vender dólares também", disse Miriam Tavares, diretora comercial da corretora Renova.
Segundo ela, o movimento de ontem pode ter tido origem em alguma ordem de pagamento externo recebida pelo banco a favor de uma empresa no Brasil.
Para Carlos Alberto Abdalla, da corretora Souza Barros, o vencimento de contratos futuros no dólar, na próxima segunda-feira, já teve influência ontem.
"O mesmo banco que opera no mercado pronto atua no mercado futuro. Ele não vai apostar na alta do dólar no futuro, por exemplo, enquanto derruba a moeda no mercado à vista."
No mercado à vista a moeda é cotada diariamente. No mercado futuro, o investidor faz um contrato, projetando a cotação da moeda ao fim de um determinado período de tempo. Os contratos de julho serão liquidados no dia 2 de agosto.
Se alguém apostou que o dólar estaria em R$ 1,82, e a moeda fechar a R$ 1,76, por exemplo, perde dinheiro (e vice-versa).
Os contratos são pagos de acordo com a média do dólar, apurada pelo Banco Central um dia antes do vencimento do contrato.
"Começou uma briga para colocar o dólar no patamar mais conveniente para cada um dos lados", afirmou Abdalla.
A Bolsa de Valores de São Paulo também iniciou o pregão otimista com o leilão. Mas o mercado não se sustentou e acabou em baixa de 0,40%. O volume foi de R$ 1,650 bilhão, mas 75,1% refere-se à privatização da Paranapanema. (MARCELO DIEGO)


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