São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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CONSUMO

Para atrair clientes Carrefour e Pão de Açúcar fazem leilões de preços de fornecedores e cobrem ofertas de concorrente

Hipermercados lançam megapromoções

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de hoje as duas maiores redes de hipermercados do país iniciam a segunda batalha de megapromoções do ano. O Carrefour fez leilões virtuais de preços com seus fornecedores para conseguir descontos nas mercadorias, fechou as entregas dos itens em promoção em abril -antes da disparada do dólar- e contratou 1.500 pessoas para a ação. O grupo Pão de Açúcar elaborou, nos últimos três meses, uma estratégia para lançar sua campanha na mesma data da do concorrente. Ao saber do lançamento da ação do Carrefour, deu sinal verde para colocar a sua na rua também.
O Extra, do grupo Pão de Açúcar, dará 5% de desconto sobre o valor do produto se a sua mercadoria for mais cara do que a encontrada no concorrente. Por exemplo: se o Extra vende um produto por R$ 100 e o Carrefour por R$ 90, o cliente pagará o preço menor e embolsará, em reais, 5% sobre os R$ 90.
Para isso, foi feita um operação de guerra na empresa: o Extra ficará de olho nos catálogos "piratas" dos concorrentes, reproduzidos por consumidores com alterações, e que são usados para conseguir descontos maiores. Esse tipo de irregularidade foi cometida na última megapromoção das duas redes, em abril.

Ação e reação
Os 76 hipermercados do Carrefour vão apresentar descontos, em média, de 20% a 40%. Para chegar nessa taxa, a empresa negociou reduções com a indústria de até 25% no valor dos 3.000 itens à venda.
Haverá DVDs a R$ 397 e pizza pronta a R$ 1,99. "Reduzimos nossa margem de lucro entre 10% e 15% para chegarmos num preço competitivo", diz Luiz Carlos Costa, diretor de mercadorias do Carrefour.
Leilões on-line, feitos via internet, foram usados pela empresa para reunir fornecedores e fechar acordos mais interessantes. Quem ofereceu o menor preço vendeu maiores volumes e conseguiu garantir o negócio. Isso foi feito pelo Carrefour com fornecedores de biscoito e de arroz.
Segundo a rede, os produtos com itens importados, como eletrônicos, serão vendidos na promoção com base na cotação de R$ 2,49 por dólar, ou seja, sem a forte pressão da subida da moeda. "Começamos a fechar em abril as entregas, quando a disparada não havia ocorrido ainda", diz Costa.
No Extra, as conversas com os fornecedores começaram, em parte, em maio. Até porque a empresa já sabia que essa operação do concorrente, que completa 27 anos no país em 2002, ocorreria agora. A idéia era lançar uma campanha no mesmo período que a rede francesa. "O setor partiu para a política do contragolpe, da ação e reação", diz Paulo Pompilho, gerente de comunicação da empresa.
O setor tem realizado eventos para manter as vendas aquecidas. Depois da megapromoção de abril, as lojas passaram pelo Dias das Mães, pela volta às aulas e, agora, criaram as promoções de aniversário para atrair mais consumidores. Com a retração na demanda devido à queda na renda e ao aumento no desemprego durante este ano, as vendas das redes estavam em baixa.


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