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CONSUMO
Para atrair clientes Carrefour e Pão de Açúcar fazem leilões de preços de fornecedores e cobrem ofertas de concorrente
Hipermercados lançam megapromoções
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de hoje as duas maiores
redes de hipermercados do país
iniciam a segunda batalha de megapromoções do ano. O Carrefour fez leilões virtuais de preços
com seus fornecedores para conseguir descontos nas mercadorias, fechou as entregas dos itens
em promoção em abril -antes
da disparada do dólar- e contratou 1.500 pessoas para a ação. O
grupo Pão de Açúcar elaborou,
nos últimos três meses, uma estratégia para lançar sua campanha na mesma data da do concorrente. Ao saber do lançamento da
ação do Carrefour, deu sinal verde
para colocar a sua na rua também.
O Extra, do grupo Pão de Açúcar, dará 5% de desconto sobre o
valor do produto se a sua mercadoria for mais cara do que a encontrada no concorrente. Por
exemplo: se o Extra vende um
produto por R$ 100 e o Carrefour
por R$ 90, o cliente pagará o preço
menor e embolsará, em reais, 5%
sobre os R$ 90.
Para isso, foi feita um operação
de guerra na empresa: o Extra ficará de olho nos catálogos "piratas" dos concorrentes, reproduzidos por consumidores com alterações, e que são usados para conseguir descontos maiores. Esse tipo de irregularidade foi cometida
na última megapromoção das
duas redes, em abril.
Ação e reação
Os 76 hipermercados do Carrefour vão apresentar descontos,
em média, de 20% a 40%. Para
chegar nessa taxa, a empresa negociou reduções com a indústria
de até 25% no valor dos 3.000
itens à venda.
Haverá DVDs a R$ 397 e pizza
pronta a R$ 1,99. "Reduzimos
nossa margem de lucro entre 10%
e 15% para chegarmos num preço
competitivo", diz Luiz Carlos
Costa, diretor de mercadorias do
Carrefour.
Leilões on-line, feitos via internet, foram usados pela empresa
para reunir fornecedores e fechar
acordos mais interessantes.
Quem ofereceu o menor preço
vendeu maiores volumes e conseguiu garantir o negócio. Isso foi
feito pelo Carrefour com fornecedores de biscoito e de arroz.
Segundo a rede, os produtos
com itens importados, como eletrônicos, serão vendidos na promoção com base na cotação de R$
2,49 por dólar, ou seja, sem a forte pressão da subida da moeda. "Começamos a fechar em abril as entregas, quando a disparada não havia ocorrido ainda", diz Costa.
No Extra, as conversas com os fornecedores começaram, em parte, em maio. Até porque a empresa já sabia que essa operação do concorrente, que completa 27
anos no país em 2002, ocorreria agora. A idéia era lançar uma
campanha no mesmo período que a rede francesa. "O setor partiu para a política do contragolpe, da ação e reação", diz Paulo Pompilho, gerente de comunicação da
empresa.
O setor tem realizado eventos para manter as vendas aquecidas. Depois da megapromoção de abril, as lojas passaram pelo Dias das Mães, pela volta às aulas e, agora, criaram as promoções de aniversário para atrair mais consumidores. Com a retração na demanda devido à queda na renda e ao aumento no desemprego durante este ano, as vendas das redes estavam em baixa.
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