São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

BC consegue iniciar rolagem de dívida cambial a taxas mais aceitáveis; risco-país cai mais 2%

Dólar cai 0,41%; Bolsa sobe, apesar dos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central conseguiu iniciar a rolagem de contratos de dívida cambial que vencem na segunda-feira, e os ânimos voltaram a se acalmar ontem nos negócios com o dólar. A moeda americana caiu 0,41% e fechou cotada a R$ 3,12.
O BC levou a leilão US$ 900 milhões em contratos de "swap" cambial e conseguiu rolar mais de 60% desse valor. O "swap" cambial é uma espécie de seguro contra variações da moeda americana. As taxas ficaram em torno de 28% a 37%, dependendo do prazo de cada lote ofertado -para outubro, novembro ou dezembro.
Na terça-feira, o BC havia tentado iniciar a rolagem, mas rejeitou todas as propostas do mercado, que pediu taxas superiores a 50%.
Em leilões como esse, o mercado pede o prêmio que desejar pelos papéis. Na avaliação dos analistas, o BC fez bem em recusar as propostas no primeiro dia, pois, dessa forma, conseguiu obter taxas mais aceitáveis ontem.
Não é possível a comparação entre os leilões desta semana e os realizados em meses anteriores. As ofertas para os papéis obedecem a normas como o prazo e a demanda pelos lotes. Além disso, os níveis do dólar e do risco Brasil pesam no cálculo das taxas. Ainda assim, até terça-feira os juros mais altos já pedidos pelo mercado em leilões de "swap" cambial haviam sido de cerca de 33%. O BC ofereceu US$ 100 milhões em linha externa, mas só vendeu US$ 42 milhões, à taxa de 4,1%.
Os indicadores financeiros continuaram positivos para o Brasil, ontem. O risco-país, medido pelo banco JP Morgan, caiu 2%, para 1.682 pontos. Agradaram aos investidores os resultados de pesquisas eleitoras que mostraram um melhor desempenho de José Serra (PSDB). Serra é o candidato do governo e do mercado, por ser associado à continuidade da atual política econômica.
A Bovespa fechou com leve alta de 0,07%, o que foi avaliado como positivo, diante das baixas nos EUA. O giro financeiro voltou à média diária dos últimos meses, ficando em R$ 561,383 milhões.
As ações da Embratel continuaram entre as maiores altas do dia, diante da expectativa de que a empresa já tenha encontrado um comprador. O papel ordinário subiu 14,6%; o preferencial, 9,7%.
As projeções para os juros futuros continuaram em queda. Os contratos para janeiro de 2003 passaram de 20,77% para 20,35%.


Texto Anterior: Justiça: Ex-donos do Excel processam a Andersen
Próximo Texto: O Vaivém das Commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.