São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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PREVISÕES

Mercado está mais pessimista com economia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O mercado financeiro está mais pessimista em relação ao desempenho da economia no ano que vem. As projeções de crescimento para 2007 foram reduzidas de 3,70% para 3,50%, depois de 19 semanas de estabilidade na pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC). O PIB (Produto Interno Bruto) previsto para 2006 também foi reduzido pela terceira semana consecutiva.
O mercado financeiro apostava num crescimento de 3,53% na semana passada e reviu o percentual para 3,50% na pesquisa divulgada ontem.
Essa mudança no humor coloca as expectativas do mercado financeiro definitivamente em desalinho com a projeção oficial. A expectativa do governo é de um crescimento de 4% em 2006, para uma meta de inflação de 4,5%.
Mas é possível que a própria equipe econômica fique mais conservadora em relação ao desempenho da economia neste ano. A divulgação do PIB do segundo semestre, que será feita na quinta-feira, deverá ficar abaixo do esperado por causa do fraco desempenho da produção industrial de junho. O ajuste nas projeções oficiais será feito no final de setembro, quando for divulgado o próximo relatório de inflação. O material do Banco Central vai incorporar dados sobre o que aconteceu de fato na economia no primeiro semestre e, com isso, pode haver queda na taxa de crescimento esperada, por exemplo. A expectativa do mercado financeiro para a queda dos juros se manteve inalterada.
Amanhã, o Copom decidirá se reduz a taxa Selic, hoje em 14,75% ao ano. O mercado espera que haja um corte de 0,25 ponto percentual nesta semana e o percentual alcance 14% ao ano, em dezembro. Para isso, será necessário que o Banco Central reduza a Selic nesta mesma magnitude nas reuniões de outubro e novembro.
A inflação esperada de acordo com a pesquisa do BC também é inferior à meta do governo. O IPCA, índice usado como meta pelo governo, fechará o ano em 3,68%, segundo as projeções. É a segunda queda consecutiva dessas previsões. Para 2007, as expectativas continuam apontando para inflação de 4,5% ao ano, exatamente a meta fixada pelo governo.

Inflação em SP
A inflação do município de São Paulo desacelerou pela segunda semana consecutiva e registrou taxa de 0,12% nos últimos 30 dias até 23 de agosto, segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da Universidade de São Paulo).
Na divulgação da semana anterior, o IPC-Fipe havia apontado variação positiva de 0,18% e, na primeira semana do mês, de 0,25%. A redução da inflação na cidade se deu por conta, principalmente, da queda nos preços relacionados à habitação e ao vestuário e da desaceleração na alta verificada em alimentação e transportes.


Colaborou IVONE PORTES, da Folha Online

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