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PF apreende 6,5 toneladas de agrotóxico do Paraguai
Produto havia sido contrabandeado do vizinho e fora fabricado na China
Produtores de MT pedem
que governo federal libere
mais genéricos para os
defensivos agrícolas, o
que baratearia seu custo
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A Polícia Federal apreendeu,
desde o dia 20 passado, 6,52 toneladas de agrotóxicos contrabandeados do Paraguai, além
dos 930 kg pegos no início do
mês pela Polícia Rodoviária Federal. O destino de ao menos
2,7 toneladas, segundo a PF, era
Mato Grosso, o maior produtor
de soja e algodão do país.
Agricultores mato-grossenses reclamam que o governo federal deveria criar uma série de
agrotóxicos genéricos, permitindo redução nos preços e
pondo fim aos atrativos do contrabando. Na Argentina e no
Paraguai, os defensivos agrícolas custam um terço do preço
brasileiro.
"Os registros de novos genéricos demoram dez anos e não
saem. Acho que o próprio governo é o cúmplice dessa história [de contrabando]", afirmou
o vice-presidente da Aprosoja
(Associação dos Produtores de
Soja) de Mato Grosso, Nadir
Sucolotti.
Ele disse, porém, não ter conhecimento de uso de agrotóxicos contrabandeados.
As apreensões ocorreram em
Mato Grosso do Sul e Paraná,
na região de fronteira com o
Paraguai. O valor das 6,52 toneladas e dos 930 kg chega a R$ 5
milhões. As 2,7 toneladas que
seriam levadas para Mato
Grosso foram apreendidas em
Guaíra (PR).
"A carga era composta por
quatro tipos de venenos, todos
de fabricação chinesa", informou a PF, acrescentado que os
produtos seriam usados "em lavouras brasileiras, à margem de
qualquer controle de qualidade, e lesivos ao ambiente e à
saúde humana".
A maior carga foi apreendida
em Tacuru (MS), com 3,82 toneladas. "Com os princípios
ativos Tebuconazole, Imidacloprid e Clorimuron, esses produtos, com nomes de fantasia
paraguaios, têm similares brasileiros, a exemplo do Folicur
(Bayer), Gaúcho (Bayer) e Classic (DuPont)", relatou a PF.
Márcia Martins, coordenadora da Defesa Sanitária Vegetal de Mato Grosso, disse que o
Indea (Instituto de Defesa
Agropecuária) do Estado avisa
a PF sempre que obtém informações sobre uso de agrotóxicos contrabandeados. Mas, segundo ela, não houve casos registrados neste ano.
Martins disse ainda que os
agrotóxicos contrabandeados
podem contaminar o lençol
freático e os rios, destruir lavouras e causar danos à saúde
dos agricultores.
Genéricos
Segundo o Ministério da
Agricultura, foram registrados
neste ano, como agrotóxicos
genéricos, o herbicida Paraquat
e o fungicida à base de Carbendazim. A perspectiva é que esses produtos sejam até 30%
mais baratos no mercado.
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