São Paulo, Domingo, 29 de Agosto de 1999 |
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PAINEL S/A Luz no fim do túnel O cenário para este ano já é de maior otimismo entre analistas e operadores do mercado. A inflação não aumentará e, em vez de queda no PIB, poderá haver crescimento econômico de até 1%. Ânimo moderado Para o economista Paulo Guedes, as finanças do país continuam vulneráveis. E isso não muda sem as tais reformas. Só que o governo não aprovará nada com Estados e municípios quebrados, diz ele. É preciso descentralizar, distribuir dinheiro e encargos a quem tem de fazer as coisas. Risco latente O sinalizador da preocupação é o dólar. Uma leitura abalizada: o mercado está tratando de reduzir o valor do real, já que, em vez de corrigir os problemas estruturais, o governo federal aumenta sua dívida tapando buracos de Estados e municípios. É uma forma de se proteger, caso seja necessária uma reestruturação da dívida. Resultado positivo... O especialista em contas públicas Raul Velloso avisa: "A batalha fiscal apenas começou". Ele se diz preocupado com o desempenho pior do que o esperado das estatais, enquanto Estados e municípios apresentam resultados surpreendentemente positivos. ...mas sem consistência Velloso explica: Estados e municípios não reduziram os gastos com pessoal como deveriam e a arrecadação está caindo por conta da recessão. "Estão deixando de pagar alguém, e isso não demora a estourar." Mudança à vista? Vários economistas, ex-ministros e outros pregam uma mudança na rota para a conquista do equilíbrio duradouro. O que não se sabe é se o ministro Malan poderá conduzir o processo. É curioso ver que um possível candidato à batuta, Affonso Celso Pastore, começou a amenizar as críticas ao governo. Vacas magras As primeiras avaliações do mercado indicam que a Globo está conseguindo manter sua participação no bolo publicitário das TVs apesar da queda na audiência. Record e SBT, por sua vez, amargaram redução da receita no primeiro semestre. Com endereço certo A reestruturação do setor siderúrgico é assunto estrito da iniciativa privada e deve ser tratado pelos acionistas das empresas,disseram Maria Silva Bastos, da CSN, e José Polanczyk, da Belgo Mineira e do IBS. Recado claro para o governo, que anda articulando suas preferências. Arrombando a festa A lei de responsabilidade fiscal tem de passar ainda este ano ou ninguém vai segurar a gastança no ano que vem, o primeiro de reeleição nas prefeituras. Aliança curiosa O deputado comunista Aldo Rebelo reapresentou o projeto de lei que proíbe bombas de auto-serviço nos postos de gasolina. Ganhou o apoio do ministro do Trabalho, Francisco Dornelles (PPB), que recebeu pedido do governo do Rio (PDT) para não permitir a mudança, que custaria 30 mil empregos só no Estado. Meno male Para o ex-presidente do BC Gustavo Franco, o câmbio flutuante não é panacéia. De fato não é, diz um observador, mas o câmbio fixo-deslizante de Franco foi um bode que saiu da sala. E-mail: painelsa@uol.com.br Próximo Texto: Postos têm dívida ambiental de R$ 3 bi Índice |
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