FÁBIA PRATES
em São Paulo

Candidatos que procuraram as agências do Banco do Brasil na última semana em São Paulo para fazer a inscrição para o concurso público apontaram a estabilidade como principal razão para estar concorrendo a uma vaga.
Lucélia Jésus Santos, 20, perdeu o emprego de operadora de caixa de um supermercado há dois anos e ainda não conseguiu recolocação.
"É uma garantia para o meu futuro", afirmou Lucélia. Ela conseguiu com o pai, que trabalha como pedreiro, os R$ 20 para fazer a inscrição.
Sem dinheiro para fazer um curso preparatório, Lucélia estuda em casa, de cinco a seis horas por dia, para enfrentar a prova.
Além da inscrição, a candidata pagou R$ 15 por uma apostila, adquirida na porta da agência em que foi se inscrever.
Durante os cinco dias de inscrição em São Paulo, vários vendedores ambulantes disputavam os candidatos nas portas das agências vendendo apostilas, cujos preços variavam de R$ 15 a R$ 30.
O estudante de comunicação Jadson Almeida Bispo, 19, ganha R$ 500 como auxiliar de escritório, paga R$ 390 à faculdade e quer entrar no Banco do Brasil para fazer carreira e ganhar mais. "É uma expectativa de vida melhor", disse.
"O Banco do Brasil dá segurança. Não tem aquilo de entrar num emprego hoje e amanhã estar na rua", disse a estudante de matemática Carla Mitsuco di Giácomo, 27.
De olho nos interessados em entrar para o banco, vários cursos oferecem preparação aos candidatos. O preço do pacote de aulas não fica por menos de R$ 300.


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