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Fim dos Subsídios
Abertura em outros países ajuda dívida
Ricos perdem com proteção, diz Machinea
de Buenos Aires
A Argentina não poderá pagar
sua dívida externa, caso os países
que protegem a agricultura, como
EUA , União Européia e Japão,
não abram seus mercados, diz
Victor Eduardo Machinea, diretor
Nacional de Alimentação.
Segundo Machinea, enquanto os
países ricos não perceberem claramente que têm prejuízos com a
proteção, não abrirão seus mercados agrícolas para os países emergentes.
Machinea faz parte do grupo de
céticos, que acreditam que na Rodada do Milênio da OMC (Organização Mundial do Comércio), não
será possível conseguir muitos
avanços na área.
"Mas, em algum momento, o
FMI (Fundo Monetário Internacional) vai perceber que esse sistema internacional é tão injusto que
é insustentável a médio prazo",
diz ele.
Apenas em 98, analistas estimam
que a Argentina deixou de exportar US$ 10 bilhões em produtos
agrícolas devido aos subsídios dos
países ricos ao setor. O valor é
equivalente a quase o dobro do déficit fiscal estimado pelo governo
argentino para este ano, US$ 5,1
bilhão. Uma outra maneira de medir a importância desse recurso é
que ele equivale ao aumento da dívida externa argentina este ano.
"Se as taxas de juros internacionais estão subindo, o mercado de
capitais externo está mais fechado
e os países não permitem que geremos divisas com exportações,
como vamos pagar a dívida",
conclui Machinea.
Em busca de estratégias
Hoje, termina a reunião do grupo Cairns, associação de 15 países
que lutam contra os subsídios
agrícolas. O objetivo do encontro,
que contou com a presença do Canadá, Austrália, Argentina e Brasil, entre outros, foi traçar um estratégia comum para negociar
junto à OMC, em novembro, o início da liberalização agrícola.
Marcus Pratini de Moraes, ministro de Agricultura brasileiro e
representante do Brasil junto ao
Cairns, concorda com Machinea,
que apenas quando os países centrais perceberem que podem ter
prejuízos irão abrir os mercados.
Segundo ele, no entanto, os governos europeus já estão sendo
pressionados pelos consumidores
dos seus países para abrir o comércio agrícola.
Pratini afirma que os consumidores da UE arcam com preços
mais altos para poder financiar os
subsídios à produção agrícola e
não estão satisfeitos. Pratini também argumenta que se os países
não abrirem seus mercados, o
Brasil não poderá aumentar suas
importações, por falta de divisas, o
que é outro prejuízo para eles.
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