São Paulo, Quarta-feira, 29 de Setembro de 1999
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Limite para calçado pode ir até 2000

CARLOS H. SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O acordo preliminar entre os calçadistas brasileiros e argentinos, que limita as exportações de calçados do Brasil para o país vizinho em 1,7 milhão de pares neste ano, poderá se estender até o próximo ano, disse o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, José Botafogo Gonçalves.
Segundo ele, 1,7 milhão de pares está ""abaixo da potencialidade" do comércio entre os dois países, mas é necessário garantir o escoamento da produção para evitar prejuízo para os industriais brasileiros.
Botafogo disse ontem, em Belo Horizonte (MG), que não recebeu nenhuma confirmação oficial do acordo, mas espera que ele seja anunciado hoje durante a reunião do GMC (Grupo Mercado Comum), órgão executivo do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai.
Ele e o subsecretário-geral de Assuntos de Integração, Econômicos e de Comércio Exterior do Ministério das Relações Exteriores, José Alfredo Graça Lima, participaram ontem, na capital mineira, de um fórum empresarial sobre política comercial entre o Mercosul e a União Européia.
Graça Lima disse que a questão dos calçados brasileiros não está na pauta da reunião de Montevidéu, mas que haverá oportunidade para ele se encontrar com o coordenador da Argentina para o Mercosul.
""Ele pode querer oferecer garantias que os setores precisam para que o acordo seja cumprido", disse Graça Lima.
Segundo o subsecretário, o acordo está sendo feito pelos industriais argentinos e brasileiros sem a participação dos governos, porque a Organização Mundial do Comércio não reconhece acordos de restrição voluntária entre países.
""Por parte do governo argentino, tem de haver uma demonstração clara de que as medidas que deram origem a essa polêmica sejam aplicadas de maneira que o comércio nos termos acordados não seja inibido", disse Graça Lima.
A ampliação do prazo para o contingenciamento das exportações é uma condição para que as empresas possam colocar, no mercado da Argentina, 1,7 milhão de pares que já foram produzidos, mas dependem da aprovação de uma licença pelo governo argentino.
Em represália, o Brasil também restringiu a importação de produtos daquele país.



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