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Limite para calçado pode ir até 2000
CARLOS H. SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O acordo preliminar entre os
calçadistas brasileiros e argentinos, que limita as exportações
de calçados do Brasil para o
país vizinho em 1,7 milhão de
pares neste ano, poderá se estender até o próximo ano, disse
o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, José Botafogo Gonçalves.
Segundo ele, 1,7 milhão de
pares está ""abaixo da potencialidade" do comércio entre os
dois países, mas é necessário
garantir o escoamento da produção para evitar prejuízo para
os industriais brasileiros.
Botafogo disse ontem, em
Belo Horizonte (MG), que não
recebeu nenhuma confirmação oficial do acordo, mas espera que ele seja anunciado hoje durante a reunião do GMC
(Grupo Mercado Comum), órgão executivo do Mercosul, em
Montevidéu, no Uruguai.
Ele e o subsecretário-geral de
Assuntos de Integração, Econômicos e de Comércio Exterior do Ministério das Relações
Exteriores, José Alfredo Graça
Lima, participaram ontem, na
capital mineira, de um fórum
empresarial sobre política comercial entre o Mercosul e a
União Européia.
Graça Lima disse que a questão dos calçados brasileiros
não está na pauta da reunião de
Montevidéu, mas que haverá
oportunidade para ele se encontrar com o coordenador da
Argentina para o Mercosul.
""Ele pode querer oferecer garantias que os setores precisam
para que o acordo seja cumprido", disse Graça Lima.
Segundo o subsecretário, o
acordo está sendo feito pelos
industriais argentinos e brasileiros sem a participação dos
governos, porque a Organização Mundial do Comércio não
reconhece acordos de restrição
voluntária entre países.
""Por parte do governo argentino, tem de haver uma demonstração clara de que as medidas que deram origem a essa
polêmica sejam aplicadas de
maneira que o comércio nos
termos acordados não seja inibido", disse Graça Lima.
A ampliação do prazo para o
contingenciamento das exportações é uma condição para
que as empresas possam colocar, no mercado da Argentina,
1,7 milhão de pares que já foram produzidos, mas dependem da aprovação de uma licença pelo governo argentino.
Em represália, o Brasil também restringiu a importação de
produtos daquele país.
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