São Paulo, Quarta-feira, 29 de Setembro de 1999
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COMBUSTÍVEIS
Novo poço tem 26 bilhões de barris e é 36 vezes maior do que o campo brasileiro da bacia de Santos
Irã descobre megacampo de petróleo

das agências internacionais

O Irã anunciou ontem a descoberta de um megacampo de petróleo na região sudeste do país. O campo, de acordo com estimativas iniciais, possui reservas de 26 bilhões de barris de petróleo, o que equivale ao total das reservas chinesas e 80% das norte-americanas.
O novo poço iraniano é 36 vezes maior que o "megacampo" brasileiro, descoberto na bacia geológica de Santos, que tem potencial de extração entre 600 milhões e 700 milhões de barris.
"Esta reserva é a principal descoberta do país nos últimos 35 anos", disse o ministro da Energia iraniano, Bijan Namdar-Zangheneh.
A reserva se localiza ao redor da cidade de Ahvaz, próximo à fronteira com o Iraque. O megacampo tem superfície total de 520 km quadrados e foi batizado de "Azadegan" ("Os Libertados"), em homenagem aos ex-prisioneiros de guerra iranianos que foram capturados pelas tropas iraquianas durante o conflito entre os dois países nos anos 80.
As reservas iranianas comprovadas são de 93,7 bilhões de barris. As brasileiras são estimadas em 17 bilhões de barris, dos quais 8,8 bilhões são comprovados.
O Irã é o quatro maior produtor de petróleo do mundo e o segundo maior exportador dentro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) -o maior é a Arábia Saudita.
Além do petróleo, a economia iraniana também vive da exploração de gás natural -possui a segunda maior reserva do mundo- e da produção de pistache e tâmara.
O governo iraniano tem procurado ampliar esforços para atrair investimentos externos, principalmente para o setor petrolífero.
O país precisa de recursos para modernizar e expandir sua produção para atender a um eventual aumento da demanda por petróleo no mundo, como já vem acontecendo na Ásia.
As petrolíferas francesas TotalFina e Elf -que formalizaram neste mês um acordo de fusão- e a italiana Eni já conseguiram entrar no mercado iraniano investindo, desde 1997, o equivalente a US$ 3 bilhões para desenvolver projetos de exploração no país.
O governo iraniano ainda estuda 40 outros projetos de petrolíferas internacionais -entre elas a espanhola Repsol e a Royal Dutch/Shell Group.
As petrolíferas norte-americanas estão proibidas de realizar investimentos no Irã e na Líbia -países que os EUA consideram terroristas- desde 1996. O embargo é similar ao imposto pela Lei Helms-Burton, contra Cuba.
Qualquer empresa dos EUA que realizar investimentos superiores a US$ 50 milhões nesses países sofre sanções.




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