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Para sindicato, governo foi "autoritário"
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bancários reagiram ontem à
informação de que o governo iria
determinar o corte do ponto dos
grevistas dos bancos federais e
consideraram a atitude "autoritária" e "repressiva". Segundo o
presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio
Marcolino, "nem governo, nem
bancos podem usar essa arbitrariedade. Isso é assédio moral".
Para o diretor-executivo da
CNB-CUT (Confederação Nacional dos Bancários), Deli Soares, a
ameaça "não tem cabimento" e
representa um "retrocesso ao autoritarismo". "Dessa forma o governo não vai controlar a greve.
As ameaças só fazem os funcionários se unirem ainda mais."
O coordenador de negociações
trabalhistas da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), Magnus Apostólico, disse que não entende essa atitude como ameaça
do governo. "É natural que se paguem os dias trabalhados e se descontem os parados. Sempre negociamos isso, seja em forma de desconto ou de compensação."
Ontem, o porta-voz da Presidência, André Singer, disse que
não cabe ao presidente Lula "decidir sobre eventuais cortes de
ponto" dos bancários, em greve
há duas semanas.
Hoje bancários e representantes
das instituições financeiras se reúnem em audiência de conciliação
no TRT (Tribunal Regional do
Trabalho) de São Paulo.
Os bancários pedem reajuste de
25%, além de PLR (Participação
nos Lucros e Resultados) no valor
de um salário mais R$ 1.200 fixos.
A Fenaban ofereceu reajuste de
8,5% mais R$ 30 para quem ganha salários até R$ 1.500. Acima
dessa faixa, 8,5%. A PLR era de
80% do salário mais R$ 705 fixos,
além de pagamento de vale-alimentação extra de R$ 217.
Na Paraíba, o TRT concedeu liminar em ação que pedia a ilegalidade da greve dos bancários no
Estado, que completava 12 dias. A
decisão foi provocada por uma
ação do MPT (Ministério Público
do Trabalho), que pediu multa de
R$ 100 mil por dia caso a decisão
da Justiça seja desrespeitada.
No Ceará, a maioria dos bancos
públicos de Fortaleza permaneceu ontem sem funcionar, apesar
da decisão do TRT que considerou a greve abusiva no Estado e
determinou que 40% da categoria
volte ao trabalho.
Pela decisão, que começou a valer na segunda-feira, a multa em
caso de descumprimento é de R$
50 mil por dia.
Em Mato Grosso, o TRT também concedeu liminar, a pedido
do MPT, em que determina a manutenção mínima de 30% dos serviços nas agências. Se a decisão
não for cumprida, a multa diária
nesse caso é de R$ 50 mil.
Colaboraram a Folha Online, a Sucursal
de Brasília e a Agência Folha
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