São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2004

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BRAÇOS CRUZADOS

Adesão de funcionários é maciça, mas movimento acabaria ontem

Greve deixa aviões da Vasp no chão

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
Protesto de grevistas da Vasp diante do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de SP


DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ON LINE

A adesão à greve organizada por pilotos e comissários de bordo da Vasp foi maciça, e a empresa aérea ficou no chão ontem. Quase todos os vôos foram cancelados. À noite, porém, a partir das 22h, o movimento suspenderia a paralisação.
Segundo a Associação dos Pilotos da Vasp, a aérea regularizou os pagamentos dos aeronautas (pilotos e comissários de bordo) de agosto, que estavam atrasados para quem ganha mais de R$ 1.500. As diárias de alimentação, de acordo com o diretor da associação, Areovaldo Panadés Neto, também já haviam sido acertadas.
Uma nova assembléia, para tratar de outras pendências, como depósitos de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) que não foram realizados, deve ocorrer no próximo dia 7 de outubro.
Mais de 150 operações da Vasp foram canceladas ontem nos principais aeroportos brasileiros, de acordo com informações da Infraero, que administra os aeroportos do país.
É difícil, no entanto, saber exatamente quantos pousos e decolagens deixaram de acontecer porque alguns aeroportos não informaram a quantidade de vôos cancelados. A Vasp realiza, em situação normal, 270 operações por dia.
Apenas no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, 31 vôos foram cancelados até as 20h.
Houve tumulto no balcão da empresa em São Paulo, já que muitos passageiros não conseguiram embarcar em vôos de outras companhias. A TAM informou ontem que embarcou passageiros da Vasp "na medida do possível". Isso porque, para embarcar um passageiro de outra empresa, a empresa precisa ter assentos disponíveis.
Como a TAM trabalha em sistema de "code share" (compartilhamento) com a Varig, muitos vôos já partem lotados. A Varig informou que o embarque dos passageiros da Vasp foi feito mediante endosso do bilhete (o endosso serve para a companhia cobrar mais tarde a viagem da Vasp).
No Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (o Galeão), 19 vôos estavam previstos e nenhum decolou. No Santos Dumont, também no Rio, 12 chegadas e 12 partidas foram canceladas ontem.
Parte dos passageiros conseguiu lugar em aviões de outras companhias, mas muitos tiveram que aguardar em hotéis ou em suas casas uma vaga. Apesar dos problemas, a Infraero informou que não houve tumulto nos dois aeroportos.
Nos principais aeroportos de Belo Horizonte, Recife, Salvador, Vitória, Fortaleza e Brasília, todos os vôos foram cancelados.
De acordo com o Procon, o passageiro que tiver problemas com cancelamento ou atraso de vôos deve procurar o DAC (Departamento de Aviação Civil), dentro do aeroporto, e o balcão de embarque da empresa e registrar queixa, pedindo um número de protocolo. A companhia tem o dever de providenciar outro vôo para o passageiro e embarcá-lo em outra empresa -ou devolver o valor pago pelo bilhete.

Colaborou Michel Alecrim, free-lance para a Folha


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