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"FURA-FILA"
Projetos para enquadramento na regulamentação em SP não saem do papel
Sem preparação dos bancos,
"Lei das Filas" começa hoje
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A "Lei das Filas" entra em vigor
hoje, mas poucos bancos estão
preparados para cumprir a exigência de limitar a 15 minutos o
tempo de permanência do cliente
diante do caixa, em dias comuns.
O sistema financeiro teve 120
dias para se adaptar, mas, com raras exceções, o que existe até agora são cerca de 20 projetos desenhados por um grupo de trabalho
da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) que ainda não saíram do papel e que são de longa
maturação.
A solução mais rápida -abertura de mais caixas e contratação
de funcionários- esbarra na
contabilidade bancária.
"O custo de cada operação na
boca do caixa é de R$ 1,10, para os
bancos. Por meio eletrônico, essa
mesma operação sai por R$ 0,10, e
no correspondente bancário, por
R$ 0,60", afirma Luiz Cláudio
Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo,
Osasco e Região.
Por isso, segundo Marcolino, os
bancos mantêm poucos caixas
para servir os usuários e forçá-los
a usar o atendimento eletrônico.
"Eles lucram com as tarifas cobradas e com a redução dos custos
operacionais", afirma.
A Febraban afirma que os usuários da rede bancária têm à sua
disposição 25.600 postos eletrônicos, 141.600 equipamentos de auto-atendimento, centrais telefônicas, atendimento pela internet e
uma rede de 46 mil correspondentes bancários no país.
Como será a fiscalização
Do lado da Prefeitura de São
Paulo, a ação fiscalizatória vai depender da denúncia -por escrito
ou por telefone- do cliente bancário. A prefeitura conta com 700
agentes para fiscalizar o cumprimento da nova lei e mais outras
300 regulamentações municipais,
segundo sua assessoria. Devido à
escassez de agentes, as fiscalizações ocorrem mediante denúncia.
Segundo o assessor jurídico da
Febraban Johan Ribeiro, o setor
"está trabalhando para reorganizar o sistema de pagamentos para
que o banco não se sinta compelido a descumprir a "Lei das Filas'".
Mas ele lembra que, "num dia de
vencimento de muitos pagamentos, é difícil cumprir o prazo de 15
minutos exigido".
A nova norma estréia justamente às vésperas do período em que
os bancos registram pico de movimento de pagamentos: os cinco
primeiros dias do mês. É quando
vence a maioria dos tributos e
contas de serviços pagos na rede
bancária. Por isso a Febraban
orientou os bancos a negociar a
transferência de uma parcela dessas cobranças para a segunda
quinzena do mês.
A entidade também estuda uma
forma de aumentar o período de
atendimento nos dias de pico, como vésperas de feriados e pagamento de aposentados do INSS.
Também sugere a contratação,
por meio período, de universitários e aposentados para orientar
os clientes nas agências.
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