São Paulo, sábado, 29 de setembro de 2007

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Consumidor não ganha com caixa partilhado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As despesas dos bancos caem com o compartilhamento de caixas eletrônicos, mas o ganho não chega ao consumidor. Em seis das principais instituições financeiras do Brasil, essas operações têm taxas maiores que as cobradas nas mesmas transações feitas na rede própria. Há casos de taxas 300% maiores. A diferença surpreendeu até o representante de Febraban (Federação Brasileira dos Bancos).
A maior disparidade acontece na Caixa Econômica Federal. O saque na rede compartilhada custa R$ 2. Nos equipamentos do banco, R$ 0,50. A diferença é de 300%. As maiores tarifas são do Real e Unibanco, que cobram até R$ 2,30 por saque e R$ 1,40 ou R$ 1,20, respectivamente, na rede própria.
Luís Marques de Azevedo, consultor da Febraban nesse tema, ficou surpreso ao ser informado dos valores pela reportagem. "Essas tarifas até me assustam um pouco. É antipático, contraproducente com o cliente porque o banco tem interesse em fazer com que essas redes sejam usadas para que o custo caia com a escala." Para ele, os valores têm "explicação mercadológica". "Eles devem cair com o tempo."
O professor do centro de excelência bancária da FGV, Eduardo Diniz, diz que a cobrança é um "tiro no pé" por gerar resistência entre os clientes. Mas há instituições que estudam mudar isso.
"No futuro bem próximo, provavelmente esses extras serão incluídos nos pacotes de tarifas, reduzindo o custo para o cliente", diz o gerente-executivo de correspondentes bancários do Banco do Brasil, Edson Corrêa.
Para o consumidor, a dica da advogada Maria Elisa Novais, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), é pesquisar a conveniência da rede de atendimento automático do banco e a política de tarifas para tais operações. "E, se eles admitem que há queda do custo e não repassam ao cliente, há prática abusiva."


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