|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Consumidor não ganha com caixa partilhado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As despesas dos bancos
caem com o compartilhamento de caixas eletrônicos,
mas o ganho não chega ao
consumidor. Em seis das
principais instituições financeiras do Brasil, essas operações têm taxas maiores que
as cobradas nas mesmas
transações feitas na rede
própria. Há casos de taxas
300% maiores. A diferença
surpreendeu até o representante de Febraban (Federação Brasileira dos Bancos).
A maior disparidade acontece na Caixa Econômica Federal. O saque na rede compartilhada custa R$ 2. Nos
equipamentos do banco, R$
0,50. A diferença é de 300%.
As maiores tarifas são do
Real e Unibanco, que cobram
até R$ 2,30 por saque e R$
1,40 ou R$ 1,20, respectivamente, na rede própria.
Luís Marques de Azevedo,
consultor da Febraban nesse
tema, ficou surpreso ao ser
informado dos valores pela
reportagem. "Essas tarifas
até me assustam um pouco.
É antipático, contraproducente com o cliente porque o
banco tem interesse em fazer com que essas redes sejam usadas para que o custo
caia com a escala." Para ele,
os valores têm "explicação
mercadológica". "Eles devem cair com o tempo."
O professor do centro de
excelência bancária da FGV,
Eduardo Diniz, diz que a cobrança é um "tiro no pé" por
gerar resistência entre os
clientes. Mas há instituições
que estudam mudar isso.
"No futuro bem próximo,
provavelmente esses extras
serão incluídos nos pacotes
de tarifas, reduzindo o custo
para o cliente", diz o gerente-executivo de correspondentes bancários do Banco do
Brasil, Edson Corrêa.
Para o consumidor, a dica
da advogada Maria Elisa Novais, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), é pesquisar a conveniência da rede de atendimento automático do banco
e a política de tarifas para
tais operações. "E, se eles admitem que há queda do custo
e não repassam ao cliente, há
prática abusiva."
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: PIS/Cofins: Comprar de empresa optante do Supersimples gera crédito Índice
|