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TRABALHO
Em mais um dia de tumulto, votação manual é anulada, eletrônica falha e governistas deixam plenário para evitar derrota
Painel quebra, governo foge, CLT emperra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma inesperada e inexplicada
quebra do sistema eletrônico de
votação da Câmara dos Deputados tumultuou mais uma vez a
apreciação e a votação do projeto
que modifica a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Chegou a haver votação nominal do projeto do governo, derrotado por 197 votos a 1, com duas
abstenções. Mas eram necessários
ao menos 257 votos para que a decisão fosse válida. Nova votação
deve ocorrer na semana que vem.
Antes da falha, o presidente da
Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), chegou a anunciar a derrota
do governo na votação simbólica
(por meio de acenos dos deputados). Os governistas pediram verificação de quórum e nova votação, por meio do painel eletrônico, foi realizada, sem sucesso.
A pane do sistema, que foi lacrado para investigação, levou Aécio
a iniciar votação nominal. Os deputados governistas (PSDB, PFL,
PPB e PTB) saíram do plenário e,
assim, conseguiram derrubar a
votação por falta de quórum.
Pela manhã, o presidente Fernando Henrique Cardoso havia
assumido pessoalmente o comando da mobilização pela aprovação do projeto que libera mudanças na CLT. Recusando-se a
retirar o projeto da pauta de votação, FHC exigiu dos líderes aliados empenho na aprovação do
texto e telefonou para governadores do PMDB pedindo apoio.
Em conversas reservadas, FHC
revelou um motivo de sua insistência na votação do projeto: não
quer mais ser cobrado por empresários por não ter proposto mudanças na lei trabalhista. A partir
de agora, a cobrança teria de ser
feita ao Congresso.
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