São Paulo, quinta-feira, 29 de novembro de 2001

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TRABALHO

Em mais um dia de tumulto, votação manual é anulada, eletrônica falha e governistas deixam plenário para evitar derrota

Painel quebra, governo foge, CLT emperra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma inesperada e inexplicada quebra do sistema eletrônico de votação da Câmara dos Deputados tumultuou mais uma vez a apreciação e a votação do projeto que modifica a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Chegou a haver votação nominal do projeto do governo, derrotado por 197 votos a 1, com duas abstenções. Mas eram necessários ao menos 257 votos para que a decisão fosse válida. Nova votação deve ocorrer na semana que vem.
Antes da falha, o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), chegou a anunciar a derrota do governo na votação simbólica (por meio de acenos dos deputados). Os governistas pediram verificação de quórum e nova votação, por meio do painel eletrônico, foi realizada, sem sucesso.
A pane do sistema, que foi lacrado para investigação, levou Aécio a iniciar votação nominal. Os deputados governistas (PSDB, PFL, PPB e PTB) saíram do plenário e, assim, conseguiram derrubar a votação por falta de quórum.
Pela manhã, o presidente Fernando Henrique Cardoso havia assumido pessoalmente o comando da mobilização pela aprovação do projeto que libera mudanças na CLT. Recusando-se a retirar o projeto da pauta de votação, FHC exigiu dos líderes aliados empenho na aprovação do texto e telefonou para governadores do PMDB pedindo apoio.
Em conversas reservadas, FHC revelou um motivo de sua insistência na votação do projeto: não quer mais ser cobrado por empresários por não ter proposto mudanças na lei trabalhista. A partir de agora, a cobrança teria de ser feita ao Congresso.



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