São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 2002

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Varejo troca nacional por produto do Mercosul

JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL

Custos mais baixos e melhores preços ao consumidor levaram os supermercados brasileiros a substituir produtos nacionais por importados de países do Mercosul, principalmente Argentina e Uruguai. Mesmo com dólar e juros altos e com o transporte entre um país e outro, o custo dos importados é menor, dizem os varejistas.
O Pão de Açúcar vai receber um carregamento de 2.000 toneladas de arroz uruguaio na semana que vem. Segundo Celso Morasco, gerente de comércio exterior do grupo, essa é a primeira de uma série de entregas que deverão ocorrer até março de 2003.
"Não é apenas o preço que interessa -apesar de ser o principal fator. Com o programa de importações, queremos estreitar os vínculos com os produtores de fora e, de certa forma, pressionar o preço interno para baixo", afirma ele.
A relação com os produtores estrangeiros, segundo Morasco, é importante para haver oferta em eventuais períodos de escassez.
Segundo ele, o grupo deve concluir, até o fim da semana que vem, a importação de farinha de trigo da Argentina. Além disso, em duas semanas a rede deve finalizar a compra de leite e de óleo de girassol, ambos da Argentina.
A carioca Sendas é outra que decidiu importar produtos de países do Mercosul em busca de preços melhores. As lojas do grupo oferecem, desde julho, queijo mozarela importado da Argentina. Em média, o preço do queijo é 21% inferior ao dos similares nacionais.
Outro produto argentino que o grupo importou foi o leite longa vida -3,6 milhões de caixas. Em média, um litro de leite produzido no Brasil custa R$ 1,30. O importado da Argentina custa R$ 0,90.
A rede, porém, está atrás apenas de preços melhores, diz Nelson Sendas, vice-presidente. Ele diz que, caso os preços internos melhorem, deixará de importar.

Pressão reduzida
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados, José Humberto Pires, disse que a alta dos preços nas últimas semanas foi pontual e que não teme o retorno da inflação. A tendência até o fim do ano, diz, é de redução nas remarcações e preços estáveis.


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