|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Varejo troca nacional por produto do Mercosul
JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL
Custos mais baixos e melhores
preços ao consumidor levaram os
supermercados brasileiros a substituir produtos nacionais por importados de países do Mercosul,
principalmente Argentina e Uruguai. Mesmo com dólar e juros altos e com o transporte entre um
país e outro, o custo dos importados é menor, dizem os varejistas.
O Pão de Açúcar vai receber um
carregamento de 2.000 toneladas
de arroz uruguaio na semana que
vem. Segundo Celso Morasco, gerente de comércio exterior do
grupo, essa é a primeira de uma
série de entregas que deverão
ocorrer até março de 2003.
"Não é apenas o preço que interessa -apesar de ser o principal
fator. Com o programa de importações, queremos estreitar os vínculos com os produtores de fora e,
de certa forma, pressionar o preço
interno para baixo", afirma ele.
A relação com os produtores estrangeiros, segundo Morasco, é
importante para haver oferta em
eventuais períodos de escassez.
Segundo ele, o grupo deve concluir, até o fim da semana que
vem, a importação de farinha de
trigo da Argentina. Além disso,
em duas semanas a rede deve finalizar a compra de leite e de óleo
de girassol, ambos da Argentina.
A carioca Sendas é outra que decidiu importar produtos de países
do Mercosul em busca de preços
melhores. As lojas do grupo oferecem, desde julho, queijo mozarela importado da Argentina. Em
média, o preço do queijo é 21% inferior ao dos similares nacionais.
Outro produto argentino que o
grupo importou foi o leite longa
vida -3,6 milhões de caixas. Em
média, um litro de leite produzido
no Brasil custa R$ 1,30. O importado da Argentina custa R$ 0,90.
A rede, porém, está atrás apenas
de preços melhores, diz Nelson
Sendas, vice-presidente. Ele diz
que, caso os preços internos melhorem, deixará de importar.
Pressão reduzida
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados, José
Humberto Pires, disse que a alta
dos preços nas últimas semanas
foi pontual e que não teme o retorno da inflação. A tendência até
o fim do ano, diz, é de redução nas
remarcações e preços estáveis.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Opinião econômica: A história e o novo governo do PT Índice
|