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AÇÕES
Apesar do nível histórico, Bolsa segue barata em dólares, dizem analistas
Bovespa rompe os 20 mil pontos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo
fechou pela primeira vez em sua
história acima dos 20 mil pontos.
A alta de 1,12% de ontem levou a
Bovespa aos 20.183 pontos.
Mas, apesar dos níveis recordes
que a Bovespa atingiu nos últimos
dias, as ações ainda estão baratas.
Ao menos para os investidores estrangeiros. Em dólares, o atual valor de mercado das empresas listadas na Bovespa é cerca de US$
50 bilhões menor que o do início
de 2001.
Atualmente, as empresas negociadas na Bolsa valem juntas US$
200,9 bilhões. Em janeiro de 2001,
valiam US$ 250,1 bilhões. Isso é
uma boa notícia para o mercado
local, se for levado em conta que o
capital do investidor estrangeiro
tem sido fundamental para alavancar a Bolsa neste ano.
"A Bovespa segue barata para o
investidor estrangeiro, que deve
continuar interessado em aplicar
por aqui. A volatilidade pode
crescer agora no fim do ano, mas
a tendência é a alta seguir por todo o primeiro semestre do próximo ano", afirma Jacopo Valentino, diretor de renda variável do
BNP Paribas Asset Management.
Até o último dia 20, as compras
de ações na Bovespa realizadas
com recursos de estrangeiros superavam, no ano, as vendas em
R$ 5,98 bilhões.
Mais caro
No ano, a Bovespa acumula valorização de 79,12%. Bolsa em alta
significa que as ações nela negociadas estão valendo mais (ou seja, custando mais caro). Por isso,
continua sendo fundamental a
participação do investidor estrangeiro no mercado local: para o investidor daqui, que usa reais para
aplicar, os papéis negociados na
Bolsa podem estar ficando caros.
"A abundante liquidez no mercado internacional continua sendo algo importante para a Bolsa,
pois o fluxo de recursos internos
destinados a ações ainda é tímido", diz Lúcio Graccho, diretor de
renda variável do HSBC Brain.
Hora certa
A grande dúvida dos investidores é se vale a pena entrar na Bolsa, após o mercado ter subido tanto. Os analistas não gostam de
cravar um teto para o Ibovespa
-índice que acompanha o desempenho das 54 ações mais negociadas-, mas são unânimes ao
apostarem que ainda há espaço
para altas.
O que muitos deles argumentam é que 2004 será um ano melhor para as empresas, desde que
a economia confirme as expectativas de crescimento. Quanto
mais lucrativas são as empresas,
melhores as perspectivas para
suas ações.
Para Graccho, a Bovespa pode
chegar aos 23 mil pontos. "Mas
não dá para precisar quando isso
pode acontecer."
Na semana, foi a vez de as ações
das empresas de energia elétrica
serem o destaque. O IEE, índice
que segue a oscilação de 11 papéis
de elétricas, disparou 9,2% no período. No mês, esse índice acumulou valorização de 21%.
As ações de empresas de energia
têm subido com os investidores
especulando em torno do novo
modelo regulatório que está sendo preparado para o setor.
No pregão de ontem, alguns investidores aproveitaram para embolsar o lucro obtido nos últimos
dias com papéis do setor. Com isso, a ação ON da Light caiu 3,1%,
seguida pelo papel PNB da Copel,
que recuou 2,7%.
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