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São Paulo, sábado, 29 de novembro de 2003

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AÇÕES

Apesar do nível histórico, Bolsa segue barata em dólares, dizem analistas

Bovespa rompe os 20 mil pontos

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou pela primeira vez em sua história acima dos 20 mil pontos. A alta de 1,12% de ontem levou a Bovespa aos 20.183 pontos.
Mas, apesar dos níveis recordes que a Bovespa atingiu nos últimos dias, as ações ainda estão baratas. Ao menos para os investidores estrangeiros. Em dólares, o atual valor de mercado das empresas listadas na Bovespa é cerca de US$ 50 bilhões menor que o do início de 2001.
Atualmente, as empresas negociadas na Bolsa valem juntas US$ 200,9 bilhões. Em janeiro de 2001, valiam US$ 250,1 bilhões. Isso é uma boa notícia para o mercado local, se for levado em conta que o capital do investidor estrangeiro tem sido fundamental para alavancar a Bolsa neste ano.
"A Bovespa segue barata para o investidor estrangeiro, que deve continuar interessado em aplicar por aqui. A volatilidade pode crescer agora no fim do ano, mas a tendência é a alta seguir por todo o primeiro semestre do próximo ano", afirma Jacopo Valentino, diretor de renda variável do BNP Paribas Asset Management.
Até o último dia 20, as compras de ações na Bovespa realizadas com recursos de estrangeiros superavam, no ano, as vendas em R$ 5,98 bilhões.

Mais caro
No ano, a Bovespa acumula valorização de 79,12%. Bolsa em alta significa que as ações nela negociadas estão valendo mais (ou seja, custando mais caro). Por isso, continua sendo fundamental a participação do investidor estrangeiro no mercado local: para o investidor daqui, que usa reais para aplicar, os papéis negociados na Bolsa podem estar ficando caros.
"A abundante liquidez no mercado internacional continua sendo algo importante para a Bolsa, pois o fluxo de recursos internos destinados a ações ainda é tímido", diz Lúcio Graccho, diretor de renda variável do HSBC Brain.

Hora certa
A grande dúvida dos investidores é se vale a pena entrar na Bolsa, após o mercado ter subido tanto. Os analistas não gostam de cravar um teto para o Ibovespa -índice que acompanha o desempenho das 54 ações mais negociadas-, mas são unânimes ao apostarem que ainda há espaço para altas.
O que muitos deles argumentam é que 2004 será um ano melhor para as empresas, desde que a economia confirme as expectativas de crescimento. Quanto mais lucrativas são as empresas, melhores as perspectivas para suas ações.
Para Graccho, a Bovespa pode chegar aos 23 mil pontos. "Mas não dá para precisar quando isso pode acontecer."
Na semana, foi a vez de as ações das empresas de energia elétrica serem o destaque. O IEE, índice que segue a oscilação de 11 papéis de elétricas, disparou 9,2% no período. No mês, esse índice acumulou valorização de 21%.
As ações de empresas de energia têm subido com os investidores especulando em torno do novo modelo regulatório que está sendo preparado para o setor.
No pregão de ontem, alguns investidores aproveitaram para embolsar o lucro obtido nos últimos dias com papéis do setor. Com isso, a ação ON da Light caiu 3,1%, seguida pelo papel PNB da Copel, que recuou 2,7%.


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