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Economia feita até outubro para pagar juros da dívida já supera a meta anual
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O resultado primário do governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) até outubro já superou a
meta para todo o ano.
De janeiro a outubro, a economia para pagar os juros da
dívida foi de R$ 61,6 bilhões,
equivalente a 3% do PIB (Produto Interno Bruto), sendo que
a meta era de R$ 53 bilhões. Só
no mês passado, o superávit
primário foi de R$ 10 bilhões.
O governo federal não teve a
mesma eficiência no cumprimento da meta de investimentos para este ano. Os gastos
com o PPI (Projeto Piloto de
Investimento), voltados principalmente para infra-estrutura
em rodovias e ferrovias, por
exemplo, somaram R$ 3,1 bilhões no ano.
O governo teria disponível
para gastar R$ 11,3 bilhões com
o PPI, valor que não tem impacto nas contas públicas.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, tentou justificar o
baixo volume de investimentos
feitos pelo PPI citando outra
estatística. Ele apontou que os
investimentos totais do governo no ano somam R$ 14,2 bilhões, 28% superiores ao volume investido de janeiro a outubro do ano passado, de R$ 11,1
bilhões. Esses valores já incluem o PPI. "Há uma aceleração dos investimentos, que se
verifica desde o início do ano e é
consistente", insistiu Augustin.
José Cezar Castanhar, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz que o governo
passou quase uma década com
alto superávit primário para
pagar juros e sem realizar investimentos. Agora, o governo
federal sofre com o que ele chama de déficit gerencial.
O superávit primário do governo em outubro, de R$ 10 bilhões, foi significativamente
maior que o do mês anterior, de
R$ 38,7 milhões.
Augustin lembrou que em setembro o governo federal pagou a primeira parcela do 13º
salário deste ano aos aposentados e pensionistas, o que fez aumentar o déficit da Previdência
Social e, em conseqüência, o resultado primário.
O governo central teve receita de R$ 54,6 bilhões no mês
passado e de R$ 499,1 bilhões
no ano, alta de 12,6% se comparada com a receita de janeiro a
outubro de 2006.
Apesar do aumento de arrecadação no período, os gastos
também aumentaram 12,4%.
No acumulado do ano, as despesas do governo central somam R$ 352,9 bilhões. Só no
mês passado, o governo central
gastou R$ 36,5 bilhões.
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