São Paulo, quinta-feira, 29 de novembro de 2007

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BC dos EUA sinaliza corte do juro, e Bolsa sobe 3,84%; dólar fica abaixo de R$ 1,80

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os pregões de ontem destoaram do ritmo negativo que tem dado o tom no mercado financeiro nos últimos dias. Para a Bovespa, o dia foi de forte valorização, de 3,84% -seu melhor resultado diário desde 18 de setembro. O dólar registrou depreciação diante do real de 2,34% e fechou ontem vendido a R$ 1,793.
A empolgação dos investidores veio de declarações de Donald Kohn, vice-presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que afirmou que agilidade e flexibilidade são fundamentais para a política monetária norte-americana, devido ao atual cenário de incertezas em relação ao mercado de crédito.
Os agentes de mercado interpretaram as declarações como indicativas de que os juros voltarão a ser reduzidos nos Estados Unidos. O Fomc (comitê do Fed que define os juros) vai se reunir no dia 11 de dezembro. A taxa de referência americana está em 4,5% anuais.
A redução das taxas de juros é um estímulo aos mercados acionários, pois tende a fazer com que investidores aceitem mais riscos (no caso, a Bolsa de Valores) em troca da possibilidade de retornos maiores.
Os resultados em Wall Street também foram animadores: o índice Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas de maior liquidez, subiu 2,55%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, das ações de companhias de alta tecnologia, apreciou-se em 3,18%.
A Bolsa do México teve valorização de 4,21%.
Na Bolsa de Londres, a alta foi de 2,70%, seguida por Frankfurt, que teve avanço de 2,55%, e Paris, de 2,34%.
O ânimo dos investidores não foi nem abalado pelo Livro Bege, que é uma compilação de dados econômicos realizada pelo Fed. O Livro Bege mostrou que a maior economia do mundo teve ritmo de expansão mais lento em outubro e na primeira metade de novembro do que nos meses anteriores, sob reflexo da elevada oferta de imóveis, que derrubou os preços, e do aperto do crédito.
"Os pregões foram de altas relevantes nos principais mercados acionários. Apesar de o mês de novembro ter sido marcado por baixas persistentes, as perspectivas são boas. Se não houver surpresas, confio em que a Bovespa termine 2007 em torno dos 68 mil pontos", afirma Charles Philipp, diretor da corretora SLW.
A Bovespa chegou a ter queda de quase 10% neste mês. Ontem, ao fechar a 61.714 pontos, registrava baixa mensal de 5,52%. A pontuação da Bolsa oscila com a valorização (ou desvalorização) das empresas negociadas em pregão.
As quedas recentes baratearam muitas ações. Assim, a reversão do pessimismo internacional resultou em compras pesadas na Bolsa. Tanto que o movimento do pregão alcançou os R$ 6,55 bilhões.
Nas maiores altas do índice Ibovespa, apareceram ações de setores diversos. No topo, a ação ordinária da Gafisa se apreciou em 11,82%. Na seqüência, vieram os papéis Telemar Norte Leste PNA (9,32%) e Souza Cruz ON (8,13%). As ações ON da Bovespa Holding tiveram elevação de 7,66%.
A Bovespa só não subiu com maior intensidade devido ao fraco desempenho das ações da Petrobras, que recuaram 0,14% (PN) e 0,34% (ON).
A forte queda dos preços do barril de petróleo no exterior -recuo de 4% em Nova York, a US$ 90,62- prejudicou o desempenho das ações.


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