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BC dos EUA sinaliza corte do juro, e Bolsa sobe 3,84%; dólar fica abaixo de R$ 1,80
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os pregões de ontem destoaram do ritmo negativo que tem
dado o tom no mercado financeiro nos últimos dias. Para a
Bovespa, o dia foi de forte valorização, de 3,84% -seu melhor
resultado diário desde 18 de setembro. O dólar registrou depreciação diante do real de
2,34% e fechou ontem vendido
a R$ 1,793.
A empolgação dos investidores veio de declarações de Donald Kohn, vice-presidente do
Fed (Federal Reserve, o banco
central dos EUA), que afirmou
que agilidade e flexibilidade são
fundamentais para a política
monetária norte-americana,
devido ao atual cenário de incertezas em relação ao mercado de crédito.
Os agentes de mercado interpretaram as declarações como
indicativas de que os juros voltarão a ser reduzidos nos Estados Unidos. O Fomc (comitê do
Fed que define os juros) vai se
reunir no dia 11 de dezembro. A
taxa de referência americana
está em 4,5% anuais.
A redução das taxas de juros é
um estímulo aos mercados
acionários, pois tende a fazer
com que investidores aceitem
mais riscos (no caso, a Bolsa de
Valores) em troca da possibilidade de retornos maiores.
Os resultados em Wall Street
também foram animadores: o
índice Dow Jones, que reúne as
30 ações americanas de maior
liquidez, subiu 2,55%. A Bolsa
eletrônica Nasdaq, das ações de
companhias de alta tecnologia,
apreciou-se em 3,18%.
A Bolsa do México teve valorização de 4,21%.
Na Bolsa de Londres, a alta
foi de 2,70%, seguida por
Frankfurt, que teve avanço de
2,55%, e Paris, de 2,34%.
O ânimo dos investidores
não foi nem abalado pelo Livro
Bege, que é uma compilação de
dados econômicos realizada
pelo Fed. O Livro Bege mostrou
que a maior economia do mundo teve ritmo de expansão mais
lento em outubro e na primeira
metade de novembro do que
nos meses anteriores, sob reflexo da elevada oferta de imóveis,
que derrubou os preços, e do
aperto do crédito.
"Os pregões foram de altas
relevantes nos principais mercados acionários. Apesar de o
mês de novembro ter sido marcado por baixas persistentes, as
perspectivas são boas. Se não
houver surpresas, confio em
que a Bovespa termine 2007
em torno dos 68 mil pontos",
afirma Charles Philipp, diretor
da corretora SLW.
A Bovespa chegou a ter queda
de quase 10% neste mês. Ontem, ao fechar a 61.714 pontos,
registrava baixa mensal de
5,52%. A pontuação da Bolsa
oscila com a valorização (ou
desvalorização) das empresas
negociadas em pregão.
As quedas recentes baratearam muitas ações. Assim, a reversão do pessimismo internacional resultou em compras pesadas na Bolsa. Tanto que o
movimento do pregão alcançou
os R$ 6,55 bilhões.
Nas maiores altas do índice
Ibovespa, apareceram ações de
setores diversos. No topo, a
ação ordinária da Gafisa se
apreciou em 11,82%. Na seqüência, vieram os papéis Telemar Norte Leste PNA (9,32%) e
Souza Cruz ON (8,13%). As
ações ON da Bovespa Holding
tiveram elevação de 7,66%.
A Bovespa só não subiu com
maior intensidade devido ao
fraco desempenho das ações da
Petrobras, que recuaram 0,14%
(PN) e 0,34% (ON).
A forte queda dos preços do
barril de petróleo no exterior
-recuo de 4% em Nova York, a
US$ 90,62- prejudicou o desempenho das ações.
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