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Sob acusações, Ministério da Justiça susta licitação
Empresas pedem impugnação; ministério nega, mas depois paralisa licitação
Negócio envolve a Teletronic, a VMI e a Ebco,
as mesmas empresas que disputam megalicitação de
R$ 300 mi da Receita Federal
Danilo Verpa - 25.mai.08/Folha Imagem
![](../images/b2911200801.jpg) |
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Penitenciária em SP; licitação do Ministério da Justiça para raios-X de presídios é suspensa
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) do Ministério da Justiça anunciou
ontem à tarde a suspensão de
uma licitação de R$ 17,4 milhões para a compra de 41 sistemas de inspeção de raios-X, 217
detectores de metais tipo pórtico e 294 detectores de metais
tipo manual para vistorias em
penitenciárias no Brasil.
O pregão na modalidade registro de preço estava marcado
para a próxima segunda-feira,
às 10h, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
As empresas Teletronic e
VMI alegavam licitação dirigida em favor do consórcio anglo-belga Ebco/Smiths. Essas
mesmas empresas se enfrentam numa megalicitação da Receita Federal. Disputam um
contrato de R$ 300 milhões para o fornecimento de 37 scanners de alta potência usados em
inspeções não intrusivas de
contêineres que cruzam áreas
portuárias no Brasil.
Essa licitação está suspensa
por decisão judicial. As duas
empresas, que alegam problemas na licitação do Depen, foram desabilitadas na licitação
da Receita Federal.
Depois das acusações dos
concorrentes, o departamento
Penitenciário promete reformular o edital e republicá-lo na
segunda-feira. A concorrência,
que o governo pretende agora
ser mais ampla, está mantida e
deverá ser realizada no dia 11.
A informação é do pregoeiro
oficial e membro da comissão
de licitação do Depen, Eduardo
Resende Castro Iamada. Iamada alegou "ajuste técnico" no
edital para a suspensão. "A licitação foi cancelada para ajuste
técnico. A gente aumentou a
amplitude da concorrência nas
especificações", disse. Em nota,
o ministério afirmou que o edital será alterado para "dar mais
celeridade ao projeto" e repetiu
que a finalidade é também "fazer ajustes técnicos".
Ele negou que a decisão de
suspender a licitação tenha decorrido das alegações de concorrentes de que houve vício na
concorrência pública. O Ministério da Justiça disse que "não
havia indícios de irregularidades" no edital. "Quatro fornecedores terão condições de oferecer os equipamentos", conclui o ministério na breve nota.
Dois pedidos de impugnações impetrados pelas empresas Teletronic e VMI (ambas
concorrentes na licitação) alegavam que o edital nº 14/2008
restringia a concorrência entre
os interessados ao impor especificações técnicas que indicavam para só um único fornecedor, o consórcio Ebco/Smiths.
As duas empresas (Teletronic e VMI) que questionaram o
edital chegaram a anunciar ontem, três dias antes da data da
disputa, que seriam desclassificadas nos quesitos técnicos e
que a Ebco/Smiths venceria a
concorrência na segunda-feira.
A VMI ingressou ontem à
tarde com um mandado de segurança na Justiça Federal de
Brasília pedindo a anulação do
edital e antecipando o resultado da licitação.
Anúncio antecipado
A empresa também prometeu uma representação ao TCU
(Tribunal de Contas da União).
"Estamos prosseguindo com o
mandado de segurança e a representação no TCU normalmente até sermos notificados
ou algum dado for publicado no
site [do Ministério da Justiça]",
informou a empresa.
Antes de cancelar o leilão, a
comissão havia negado o pedido da VMI. A comissão de licitação do Depen havia respondido à VMI na quinta-feira, um
dia antes de cancelar a disputa,
que as alegações de direcionamento do edital e exigências
documentais com objetivo de
desabilitar concorrentes eram
infundadas e negava qualquer
impugnação.
A comissão de licitação disse
à Folha que a empresa pedia a
impugnação de "certos pontos"
do edital.
"Ele impugnou certos pontos. O edital tem 120 páginas. O
que ele questionou realmente
não procede, é totalmente infundado. Tanto que os autos
estão abertos ao público", afirmou o pregoeiro.
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