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Em 2 anos, sinal digital chega a 26 cidades
TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE
Com o interesse das emissoras de televisão em adiantar o
cronograma definido pelo Ministério das Comunicações, o
sinal da TV digital aberta já
chegou a 26 cidades do país, das
quais 19 são capitais. Nesta terça-feira, Londrina, no Paraná,
junta-se ao grupo.
O governo havia definido que
até janeiro do próximo ano a
nova tecnologia deveria estar
disponível apenas nos municípios de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Rio
de Janeiro e Salvador.
Segundo o presidente da
Abert (Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão), Daniel Slaviero, cerca de
90 milhões de brasileiros já estão aptos a receber o sinal digital. Mesmo assim, Slaviero admite que a demanda por conversores ainda está abaixo das
expectativas e as emissoras podem fazer "um trabalho mais
eficiente [de divulgação] e o farão a partir de 2010".
"A Copa do Mundo vai ser
um divisor de águas no avanço
na compra de receptores", diz
Slaviero. Ele explica que, quando os telespectadores "têm
contato com o sinal digital, não
querem voltar ao analógico", e
destaca a crescente produção
de conteúdo em alta definição.
O presidente da Abert diz que
2016 será o último ano para a
transmissão do sinal analógico.
"É um tempo factível, mas não
podemos descartar a necessidade de prorrogação", observa.
Em São Paulo, primeiro local
a receber o sinal no país, em dezembro de 2007, a cobertura
atinge 95% da região metropolitana, de acordo com Gunnar
Bedicks, coordenador do laboratório de TV digital da Universidade Mackenzie.
Há dois anos, o percentual se
aproximava dos 90%, o que já
era um avanço, visto que só
42% dos imóveis na região recebem sinal analógico de qualidade. Agora, essa quase totalidade (95%) se deve aos reforçadores de sinal, que funcionam
como amplificadores em áreas
consideradas de "sombra" devido às condições topográficas.
A solução desse problema já
serve de motivação aos fabricantes de televisores. "O fim
das áreas de sombra e a antecipação da cobertura nas principais capitais são bons sinais",
diz Ichiu Shinohara, vice-presidente da Panasonic do Brasil,
que produz televisores LCD
com o receptor embutido.
Para Eduardo Tude, da consultoria Teleco, o ritmo da TV
digital no Brasil "poderia ser
mais acelerado". "Ainda não há
um conjunto que empolgue o
usuário", disse, referindo-se à
transmissão do sinal, programação em alta definição e conversores a preços baixos.
Para evitar surpresas desagradáveis, Fátima Lemos, do
Procon-SP, aconselha os consumidores, ao comprar o aparelho ou uma televisão com o
equipamento integrado, a se
certificar de que a loja aceitará
a devolução se não houver sinal
na área da residência.
Luciano Leonel Mendes, gerente técnico do laboratório de
desenvolvimento de hardware
do Inatel (Instituto Nacional
de Telecomunicações), avalia
que o Brasil tem "o sistema
mais bem preparado para as
demandas do futuro".
Mendes destaca ainda a importância da adoção do modelo
nipo-brasileiro pelos vizinhos
sul-americanos (Chile, Peru,
Argentina e Venezuela) para
"aumentar a massa crítica".
Canais pagos
As TVs por assinatura estão
de olho nesse filão. A programação em alta definição foi ampliada, e aparelhos que permitem a recepção da TV digital
aberta estão sendo oferecidos.
A Net foi a primeira empresa
de TV por assinatura a disponibilizar o equipamento digital
para seus assinantes, em dezembro de 2007. A TVA entrou
nesse nicho em maio de 2008, e
a Sky, em agosto deste ano.
Nenhuma das empresas, no
entanto, revela a quantidade de
aparelhos que foi cedida em comodato ou vendida aos clientes
durante esse período.
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