São Paulo, domingo, 29 de novembro de 1998

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Monopólio Windows/Intel sofre abalos

da Redação

O império da Microsoft é sustentado em parte numa aliança informal, apelidada de monopólio "Wintel" (Windows/Intel).
A Intel reina no mercado de chips (processadores) para computador, e a Microsoft, no de software. O sistema operacional e os chips formam uma parceria que beneficia as duas empresas, que há cerca de 20 anos se favorecem mutuamente, vinculando seus produtos.
Mas esse casamento se encontra bem abalado por interesses divergentes.
A Microsoft, temendo a saturação do mercado de PCs, começa a procurar parceiros de hardware na área de equipamentos portáteis, como os handhelds (pequenos computadores de mão).
A empresa tenta emplacar sua arquitetura Windows CE (uma versão reduzida do Windows) no maior número possível desses aparelhos. Assinou também um contrato, em julho deste ano, com a empresa japonesa Matsushita, licenciando o Windows CE para um microprocessador multimídia, destinado a "set-top boxes".
A Intel, que tem presença praticamente nula no mercado de eletrônicos de consumo, não está nada feliz com isso. Alguns anos atrás, a Microsoft jamais se aproximaria tanto de competidores do fabricante de chips.
A Intel também está ameaçada por concorrentes como a AMD (Advanced Micro Devices) e a National Semiconductor, que têm apresentado alternativas mais baratas aos seus chips.
Documentos revelados durante o julgamento do processo revelam que o ressentimento da Intel contra a Microsoft se deve também a pressões exercidas pela empresa de software.
Uma troca de memorandos, por exemplo, mostra que a Microsoft teria exigido que o fabricante de chips abrisse mão de determinados projetos ligados à Internet, que estariam em conflito com os interesses da Microsoft.
Bill Gates, de acordo com um memorando escrito por um executivo da Intel, teria ficado "lívido", devido a investimentos na área de Internet, e havia exigido sua interrupção.



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